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Sem título [1264], 2007 (Divulgação)

Nicolás Robbio

Nasceu em 1972, em Mar del Plata, na Argentina.
Vive e trabalha em São Paulo desde 2002.

Nicolás Robbio é um artista brasileiro com sotaque argentino. É mais ou menos assim que o próprio se define. Ele lembra que o universo criativo de um artista se forma na infância, com as referências que o rodeiam, mas não nega que o esforço criativo se articula com as novas referências do mundo adulto. Contemporâneo, Robbio talvez use a "argentinidade" como charme. Afinal, a produção artística prescinde de vistos e passaportes.

A desterritorialização da sua arte foi posta à prova numa das viagens mais dramáticas do artista. Em 2005, Robbio foi a Cuba investigar o que acontecera com um amigo morto a punhaladas. "Foi uma experiência muito forte", conta. Robbio considera os meses na ilha preponderantes em seu trabalho. O contexto era de exceção, o espaço era algo estranho, iguais apenas o processo reflexivo e criativo. "Eu aprendi em Cuba a lidar comigo mesmo e percebi que a arte não faz diferença de país", diz. Na volta, produziu uma série de desenhos, mitificando e desmistificando o uso da faca, utensílio cotidiano cujo uso pode servir a fins menos nobres. O trabalho foi incluído na mostra "Paradoxos", do programa Rumos, do Instituto Itaú Cultural em São Paulo. Em seguida veio o prêmio Rumos e um período de residência artística na Alemanha.

Robbio é formado em artes plásticas pela Escola Martin A. Mallarro, de Mar del Plata. Ele trabalha sobretudo com desenho, mas não se considera um desenhista, mas um artista que lança mão de várias linguagens e suportes. Já expôs em várias galerias e instituições argentinas. Em São Paulo, já expôs no MAM (Museu de Arte Moderna), Instituto Tomie Ohtake e teve várias mostras na galeria Vermelho, que o representa. Em 2005, participou de um programa de residência artística na Colchester University no Reino Unido. Expôs ainda no Recife, em Porto Rico e na Ilha da Madeira, em Portugal.

Na 28ª Bienal de São Paulo, Robbio apresenta uma série de projetos não realizados. Uma vez que se trata da "bienal do vazio", não parece haver nenhuma contradição em expor o que existe apenas no plano das idéias. A "concretude" do trabalho está afixada nas colunas do Pavilhão Ciccilo Matarazzo: uma série de números que à primeira vista não fazem sentido. São esses números e essas colunas os marcos referenciais para a série de projetos que Robbio desenvolve e estampa nas edições do jornal publicado pela Bienal.

"São projetos de arquitetura, de intervenção, de tudo", explica. "Obviamente nem tudo pode ser realizável por uma série de razões. Eu posso fazer um projeto de colocar um Boeing 737 em cima do prédio. Não há possibilidade técnica de fazer isso", explica. "Mas tudo dentro da representação é possível", diz Robbio, que pretende, a seu modo, dar forma ao vazio e subverter, assim, o próprio conceito de inexistência. "Trata-se também de um questionamento sobre o quanto das coisas é real ou sobre o quanto a gente acredita que essas coisas sejam reais", afirma.

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Sem título [1280] (2007)

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