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(Félix Vázquez/Divulgação)

Apresentação de Isarel Galván (Félix Vázquez/Divulgação)

Israel Galván

Nasceu em 1973, em Sevilha, Espanha
Vive e trabalha em Sevilha

O dançarino de flamenco Israel Galván tem a mesma ocupação que seus pais, José Galván e Eugenia de Los Reyes. Aos cinco anos acompanhava seu pai em apresentações e ensaios. Em 1990 começou a dançar profissionalmente e em 1994 entrou para a Compañia Andaluza de Danza de Manuel Soler, com quem colaborou em muitos projetos até 2003.

Nos anos seguintes, ele recebeu os prêmios mais importantes da dança flamenca: Vicente Escudero, no Concurso Nacional de Arte Flamenco de Córdoba de 1995, El Desplante do Festival Internacional del Cante de las Minas de La Unión em 1996 e o 1º Concurso de Jóvenes Interpretes na 9ª Bienal de Flamenco de Sevilla, também em 1996.

Em 1998 Galván participou do espetáculo "Abecedario" em homenagem ao escritor argentino Jorge Luis Borges, quando começou uma fértil e duradoura parceria com o artista plástico Pedro G. Romero. No mesmo ano, ele apresentou na 10ª Bienal de Flamenco de Sevilha o trabalho "¡Mira!/Los Zapatos Rojos", primeiro espetáculo da sua própria companhia, com direção artística de Pedro G. Romero, pelo qual foi chamado pela crítica de "genial" e "uma revolução na concepção do flamenco". Em 2000, na 11ª Bienal de Flamenco de Sevilha, "La Metamorfosis", também em parceria com Pedro G. Romero, baseado na obra homônima do escritor Franz Kafka, foi considerado um divisor de águas para a dança flamenca.

Em 2001, Galván apresentou com o grupo de jazz Gerardo Nuñez Trio um trabalho surpreendente e inovador que o levou para os principais festivais de jazz. Em 2002 e 2003 "colocou seus pés" nos discos "Pequeno Reloj y Morente" e "Canto y Cante a Picasso", ambos de Enrique Morente, sendo o último uma edição limitada produzida para a inauguração do Museu Picasso em Málaga, Espanha.

Na 28ª Bienal de São Paulo, Israel Galván vai apresentar "Solo", uma performance sem música, que é, segundo diz, uma coreografia que "tem mais a ver com o próprio processo de criação do artista, com a idéia primária da dança, de descobrir os movimentos, meus próprios movimentos. E esse é um trabalho solitário".

Sobre "Solo", Galván disse que não tem que "estar sujeito às imposições do cenário tradicional", uma vez que a obra "é um exercício em contínuo movimento, que incorpora elementos que são sugeridos pelo próprio espaço".

O trabalho de Galván tem muito da tradição do flamenco e introduz elementos conceituais do butô, da dança contemporânea e das artes plásticas, com geometrias e vazios. Pedro G. Romero diz que Galván "virou o canône de cabeça para baixo ao apresentar o seu flamenco conceitual e barroco. Quando confrontado com aqueles que introduzem o moderno e o contemporâneo, o jazz e os idiotismos folclóricos, ele se propõe a reconstruir o flamenco moderno, usando os elementos do próprio flamenco."

Cada criação de Galván é aberta às vanguardas artísticas contemporâneas. Em "¡Mira!/Los Zapatos Rojos!", ele mistura conto de Hans Christian Andersen a episódios da vida do dançarino flamenco Felix Fernández Garcia (1896-1941), chamado de Felix el Loco, por causa da progressiva loucura que o acometeu. Nessa peça encenada em um chão metálico, evocando os primeiros experimentos acústicos feitos por Félix, Galván utiliza bonecos, ruídos e heavy metal. Do mesmo modo, em outros trabalhos, ele utilizou o quadrinista Robert Crumb e os compositores György Ligeti, Béla Bartók, Olivier Messiaen e Luigi Nono.

Em entrevista ao jornal "The New York Times" em 2004, Galván disse que "por essa liberdade é freqüentemente chamado de dançarino contemporâneo", mas nada o incomoda mais: "Eu nasci um dançarino flamenco. Essa é a minha linguagem. Eu simplesmente falo com a minha pronúncia."

Félix Vázquez/Divulgação
Félix Vázquez/Divulgação

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