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Video Portrait Gallery, 2007 (Divulgação)

Marina Abramovic

Nasceu em 1946 em Belgrado, ex-Iugoslávia.
Vive e trabalha em Nova York.

A arte parece não ter limites para a sérvia Marina Abramovic. Uma das mais celebradas artistas contemporâneas, Marina tem uma carreira marcada pela polêmica. A artista já teve um revólver apontado para sua cabeça numa das performances. Também já se feriu com facas, pôs fogo no próprio corpo e atuou junto de serpentes venenosas.

Em 1974, no trabalho "Rhythm 2", Marina ingeriu um medicamento que deixa o corpo imobilizado por horas, até entrar em convulsão. Sua mente pôde observar a movimentação involuntária do corpo. Assim que o efeito da droga passou, Marina ingeriu outro medicamento, um calmante, que provocou reação contrária. Na segunda fase da perfomance, era o corpo quem estava presente enquanto a artista e sua mente dormiam um sono profundo.

Nascida numa família ligada à aristocracia religiosa da Igreja Ortodoxa Sérvia, Marina estudou artes em Belgrado. Em 1976, deixou a então Iugoslávia e foi para a Holanda, onde conheceu o alemão Uwe Laysiepen, conhecido como Ulay, com quem conviveu por 12 anos e formou uma das duplas mais emblemáticas da história da arte contemporânea.

Por uma década, Marina e Ulay foram uma espécie de consciência artística única. Para tanto, precisaram cada qual matar seu próprio ego. Na perfomance "Death Self", um passou a respirar o ar expirado pelo outro, através de um tubo. Agüentaram 17 minutos, até que a ausência de oxigênio fez com que desmaiassem. Sobre a intervenção, Marina comentou: "O principal problema nessa relação é lidar com o ego de dois artistas. Eu tive que encontrar um caminho para desconstruir meu ego, como ele o fez, para criar algo como um estado hermafrodita de ser, que nós chamamos ‘morte do ego’".

Em 1988, a dupla casal Marina-Ulay resolveu se separar, num ato que além de performático foi profundamente dramático. Cada um foi para um extremo da Muralha da China e passou a caminhar sozinho ao encontro do outro. Foram três meses e 2.500 km, até que se encontraram, se abraçaram e disseram adeus. Seguiram andando na direção contrária depois. Com o fim do relacionamento, começava uma nova fase na carreira de Marina.

A artista já esteve no Brasil em várias ocasiões. Em 2008, se apresentou na Galeria Brito Cimino. Também já passou pelo Sesc, em São Paulo, MAM do Rio e pela Bienal do Mercosul, em Porto Alegre.

Definindo a si própria como "a avó da perfomance", a artista estabeleceu a Marina Abramovic Foundation for Preservation of Performance Art, num teatro que comprou na cidade de Hudson, no Estado de Nova York. Um de seus trabalhos mais recentes é "Seven Easy Pieces" (2005), no Guggenheim Museum. Em uma espécie de tributo à perfomance, Marina apresentou por sete noites, durante sete horas, sete trabalhos emblemáticos, como "Body Pressure", de 1974, do artista americano Bruce Naumam, em que atuava contra uma vidraça, e "Seedbed", do italiano Vito Acconci –-em 1972, o artista se masturbou numa galeria enquanto os visitantes contavam seus fetiches.

Marina Abramovic é um dos pontos altos da 28ª Bienal de São Paulo. Ela abre o evento com uma perfomance com a dupla americana Fischerspooner.

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