1957

Instalada definitivamente no Pavilhão das Indústrias, construído por Oscar Niemeyer no parque do Ibirapuera, a 4ª Bienal foi extremamente tumultuada.

Com o rigor imposto pelo júri de seleção formado por Lourival Gomes Machado, José Geraldo Vieira, Lívio Abramo, Armando Ferrari e Flávio de Aquino, vários nomes consagrados ou emergentes da arte contemporânea brasileira ficaram de fora, o que gerou grande revolta entre os artistas.


Folha Imagem
Juscelino Kubitschek pára diante de um quadro na 4ª Bienal

Durante a abertura da mostra, rodeado por um grupo de detratores e de artistas exaltados, no pavilhão da Bienal, Ciccillo Matarazzo ouviu pacientemente todas as queixas e contornou a confusão com palavras cheias de ironia: "Achei muito bom o movimento que vocês encabeçaram, porque serviu para mostrar que a arte no Brasil está bem viva. Não houve excessos imperdoáveis. E debate, seja ele violento ou frouxo, é próprio da cultura. Nem cheguei, no fim de tudo, a levar um bofetão. Penso, portanto, que tudo já passou. Vocês continuam a ser minhas crianças loiras, de grandes olhos azuis e cachos a cair nos ombros".

Divulgação


O pintor Jackson Pollock (1912-1956) em seu ateliê. Abaixo detalhe da tela "Número 1A".

Afora o tumulto, o grande destaque da 4ª Bienal foi a mostra do pintor referência do expressionismo abstrato norte-americano, Jackson Pollock. Foram 34 telas e 29 desenhos que apresentavam quase todo o período produtivo do pintor.

A Bélgica trouxe uma mostra que privilegiou o surrealismo, apresentando dois artistas fundamentais para o movimento: René Magritte e Paul Devalux.

No centro da seção francesa estava a sala especial de Marc Chagall, pintor russo naturalizado francês, que apresentava sua obra de cunho poético.

Autor do cartaz

- Alexandre Wollner

Prêmios Nacionais

- Frans Krajcberg - Pintura
- Franz Weissmann - Escultura
- Fayga Ostrower - Gravura
- Fernando Lemos e Wega Nery - Desenho
- Alexandre Wollner - Cartaz

Prêmios Internacionais

- Giorgio Morandi (Itália) - Grande Prêmio
- Ben Nicholson (Grã-Bretanha) - Pintura
- Jorge de Oteiza (Espanha) - Escultura
- Yozo Hamaguchi (Japão) - Gravura

Fontes

- Arquivos Folha de S. Paulo
- "As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987", de Leonor Amarante
- "Bienal 50 anos", organizado por Agnaldo Farias
- Site oficial do Museu de Arte Moderna de São Paulo
- Fundação Bienal de São Paulo.

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