Desenvolvimento das estruturas expositivas (Amílcar Packer/Divulgação)
Nasceu em 1975, em San Juan Nepomuceno, Colômbia.
Vive e trabalha em Bogotá.
Gabriel Sierra estudou desenho industrial na Universidad Jorge Tadeo Lozano, em Bogotá. O trabalho de Sierra está entre a arte e o design. Para a crítica Angela Patricia Escobar, a formação em desenho industrial de Gabriel Sierra "levou-o a se colocar em torno do objeto, a refletir sobre o seu uso e a criar novos objetos apelando a necessidades mais além da comercial", incorporando o afeto, o medo, a solidão e a felicidade.
Sierra é um dos artistas residentes da 28ª Bienal, para a qual desenvolveu o "mobiliário" para os espaços expositivos do 3º piso.
Os objetos e estruturas criados pelo artista são chamados por ele de "parafuncionais", transcendendo conceitos como funcionalidade e valor de troca, e propondo uma reflexão política e humorada sobre seus significados.
Em entrevista à revista "Gatopardo", Gabriel Sierra disse que se interessa pelo modo "como as pessoas comunicam-se com as outras através das coisas, ou como constroem objetos para poder expressar ou facilitar algumas situações em suas vidas", e prossegue: "me interessa mais utilizar os elementos cotidianos como suportes para outras coisas, eles são o resíduo que fica de algo mais importante". Ele observa que há em todas as culturas "uma necessidade de sentir-se rodeado de coisas", talvez em função de "um medo do vazio".
Para ele, as populações onde o consumismo no se instalou estabelecem "uma relação com os objetos muito mais duradoura, usando-os até que desapareçam", e também "os povos mais antigos expressam uma coerência maior entre suas idéias de mundo e os utensílios que produzem".
Contrariamente, no mundo contemporâneo os objetos são "estilísticos ou provenientes de uma tendência, têm uma vida diferente, fazem uma aparição em cena com um cronograma muito estabelecido durante a permanência a tendência, logo que passa a tendência este objeto vira uma espécie de poluição no ar, não tem contexto." O trabalho de Gabriel Sierra tem uma relação direta com o espaço e, embora numa primeira vista suas criações pareçam móveis e objetos, em sua definição, ele cria "lugares" para ficarem disponíveis para as situações de vida.
Convidado a realizar uma intervenção na loja Colette, em Paris, Sierra calçou meias de lã branca nos pés das mesas e cadeiras do bar do local. Sua intenção foi "esquentar um ambiente onde tudo é frio", a começar pela arquitetura minimalista, e desviar o foco das pessoas --tão dependentes da informação de superfície-- para o chão, para "a realidade".
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