"La Autárquica", Cristina Lucas

Cristina Lucas

Nasceu em 1973, Úbeda, Espanha.
Vive e trabalha em Madri.

Cristina Lucas cresceu em Úbeda, povoado no norte da árida região da Andaluzia, na Espanha. Ela estudou belas artes na Universidade Complutense em Madri, antes de seguir para os Estados Unidos. Cristina foi bolsista da escola de belas artes, da Universidade Califórnia Irvine, onde fez mestrado. Desde então viveu em várias cidades.

A arte de Cristina é fortemente marcada por temas políticos e pela contestação. No vídeo "Talk", apresentado na mostra "Unisono", no Stedelijk Museum Schiedam de Amsterdã, Cristina desafia uma réplica da escultura de "Moisés" (1516), de Michelangelo, a falar. O estereótipo é um elemento muito presente na obra da artista, que em outros vídeos usa versões aumentadas, diminuídas ou distorcidas de outros personagens, satirizando e subvertendo a representação de ícones tradicionais.

Outras mostras de forte tom político foram "El Eje del Mal", em Miami, e "El Viejo Orden", na galeria Juana de Aizpuru, que a representa em Madri. A artista lança mão de várias linguagens e suportes, como a performance, o vídeo, a fotografia e a pintura. Já participou de mostras na França, Itália, Israel e foi selecionada para a Bienal de Cingapura (2006).

Na 28ª Bienal de São Paulo, Cristina apresenta o vídeo "Pantone", do acervo do Centre Georges Pompidou, em Paris. A obra não é inédita e já foi exibida na Bienal de Istambul (2007), na Turquia. A artista espanhola revê o conceito de identidade nacional, numa animação que mostra, ano a ano, desde 500 d.C. até 2007, todas as bandeiras usadas para representar o sentimento de nação. Fusão e divisão políticas ficam evidentes nas cores e heráldicas que graficamente se misturam de acordo com as circunstâncias, como guerras, dominações, colonizações ou extinção de povos e posteriormente Estados.

Cristina cresceu num país historicamente marcado por divisões nacionais, cuja constituição política nasce do casamento dos reis católicos de Castela e Aragão, no fim do século 15. Além de "Pantone", a artista espanhola já usou e subverteu as fronteiras do mundo em obras como a série de pinturas "Mapas".