"Domino Dominion / NY" (Divulgação)
Nasceu em 1968, no Chile.
Vive e trabalha no Chile.
O país estreito, nas costas da América do Sul, impõe aos chilenos, segundo o próprio artista, um isolamento geográfico perante o mundo. Por isso, "viajar tem sido uma necessidade", explica Carlos Navarrete. Coincidentemente, São Paulo foi o ponto de partida para uma série de viagens ao redor do mundo. Ele desembarcou no Terminal Rodoviário do Tietê em 1985, depois de dias cruzando os Andes e a Argentina. A metrópole o impressionou. "A quantidade e diversidade de pessoas é algo que até hoje me surpreende e me leva a meditar como essa cidade consegue conter tudo isso", diz.
Em 1988, Navarrete começou a licenciatura em arte pela tradicional Universidade Católica do Chile. Em 1991, o artista voltou a São Paulo para visitar a Bienal e assim o fez consecutivamente até a edição de 2006. Nesse ínterim, participou do Research Program do Center for Contemporary Art de Kitakyushu, no Japão (2000), e foi aluno de Marina Abramovic no Corso Superiore in Arte Visiva, da Fondazione Antonio Ratti, em Como, na Itália (2001). Passou ainda por Nova York e pela Alemanha, onde foi bolsista na Akademie Schloss Solitude, em Stuttgart (2002). Por duas vezes ele foi selecionado pelo Fondart, o Fondo de Desarollo de la Cultura y las Artes (2001 e 2005), do Chile. Atualmente, Navarrete é professor de história da arte na Universidade Finis Terrae de Santiago.
As andanças pelo mundo influenciaram fortemente a obra do artista, que mistura mídias diversas em suas instalações, como fotografias, objetos e recortes de jornais. O equilíbrio japonês, por exemplo, aparece em obras como "A Secret Garden for Ghent" e "Ghent Garden", feitas com plástico, madeira e pedra, na mostra no Stedekijk Museum voor Aktuele Kunst, na Bélgica. Navarrete ainda expôs na Holanda, no Estado norte-americano de Ohio e no Chile e participou de coletivas na Inglaterra, Argentina e Japão.
Aproveitando-se do tema "Em Vivo Contato", que pretende discutir o papel da Bienal de São Paulo, realçando a história da instituição, Navarrete propõe uma instalação chamada "Arquivo Pessoal", um conjunto de mesas e vitrines com fotografias, desenhos, objetos, diagramas e recortes de jornal, que vão abordar a "experiência (de Navarrete) em torno da cidade de São Paulo". Dessa maneira, o artista busca fazer paralelos entre sua história pessoal e a história recente da Bienal, tendo como fundo a cidade de São Paulo. "Em outras palavras, me interessa observar como a Bienal de São Paulo influenciou meu trabalho visual", diz o artista, que também quer discutir as transformações vistas desde sua ótica estrangeira, quase sempre a partir da janela de um ônibus coletivo, transporte preferencial do artista para descobrir e redescobrir a cidade a cada volta, a cada edição da Bienal.
"My Bike in Como"
"Union"
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