"Absolutely Venomous Accurately Fallacious (Naturally Delicious)" (Tom Powel/Divulgação)
Grupo criado em Nova York, em 2001.
assume vivid astro focus (AVAF) é um coletivo que trabalha com projetos que podem ser definidos como instalações, mas vai além disso, com mistura linguagens e performances. O grupo é formado essencialmente por uma dupla de artistas, que prefere não revelar suas identidades, e por colaboradores que variam conforme o projeto.
A dupla está envolvida em cada aspecto dos projetos do AVAF, do criativo ao administrativo. E os colaboradores são amigos, não necessariamente artistas, cuja existência, idéias e trabalho são significativos para a dupla.
Entre os colaboradores mais freqüentes está o Honeygun Labs, com quem colabora na maioria dos vídeos do coletivo. Cada trabalho do AVAF é concebido para um espaço específico e desenvolvido organicamente, experimentando o ambiente ao redor, o que se estende também aos colaboradores. "A colaboração pode acontecer de diferentes maneiras. Às vezes uma determinada peça de alguém relaciona-se perfeitamente com o projeto que estamos desenvolvendo, então trazemos a peça dessa pessoa para a nossa instalação. Outras vezes contaminamos o colaborador com nossas idéias para um determinado projeto e pedimos a ele que produza especialmente para o projeto. Em outras ocasiões ainda, como quando trabalhamos com coletivo Los Super Elegantes no projeto 'Slow Dance Club', o AVAF produziu a idéia de outros. E, finalmente, existem momentos em que trabalhamos inteiramente com outras pessoas, em colaboração plena, como ocorreu na instalação 'Abra Vana Alucinete Fogo', na Galeria Triângulo em São Paulo em 2006", diz o AVAF.
Para o AVAF, não existe nunca uma única mensagem para as pessoas em suas instalações, mas muitas mensagens entremeadas em várias camadas. "Às vezes partimos de uma mensagem, idéia ou conceito e desse ponto de partida expandimos para outras áreas. Existe muita obsessão em nossos projetos como se quiséssemos cobrir cada aspecto relacionado com as idéias que estamos discutindo naquele dado momento", explica um comunicado do grupo.
A mesma declaração dos fundamentos do grupo explica também a origem de seu nome. "A palavra astro, além de ser o nome de um artista maquiador conhecido, exercia um fascínio pela sua imensa gama de usos e de conexões com a mídia: astroboy, astrologia, astroturf, astronauta, astroflight, astromovers. Estávamos buscando um novo pseudônimo e pensamos que astro poderia um bom nome para um projeto. Queriamos algo difícil de lembrar e longo, um nome como o projeto de Andy Warhol, Exploding Plastic Inevitable. Também não queríamos um nome que, quando abreviado, tivesse um sentido engraçadinho."
Naquele momento, eles haviam visto a mostra "Cover Me", com capas de discos, na galeria Exit Art, de Nova York. Ficaram intrigados com as palavras, os nomes das bandas e dos álbuns e resolveram escrever cada palavra que não tivesse referência de onde veio, desconectando a palavra de sua origem. Foi quando nasceu o AVAF.
Anos depois ganharam de um amigo um livro sobre a banda Throbbing Gristle em que os membros do AVAF encontraram no título de um de seus "Assume Power Focus" duas palavras que escolheram usar. "AVAF não se tornou uma entidade nem um personagem, mas o nome de um projeto". Queriam usar um pseudônimo "para que as pessoas pudessem focar no trabalho, e não em nossas personalidades. Não estamos interessados nesta maldita cena das estrelas. Queremos viver uma vida comum e conviver com pessoas comuns como nós. Queremos ser contaminados por outras pessoas. Queremos ter amigos. Acreditamos em generosidade e eqüidade, em partilha. Por essa razão, não há sentido em mostrar nossos rostos, e é por isso que sempre usamos máscaras. O nome assume vivid astro focus encorpora essa idéia inclusiva de contaminar o outro e ser contaminado por ele".
A participação do AVAF na Bienal vai acontecer de 1 a 6 de dezembro. Uma estrutura construída com andaimes abrigará eventos ao longo da semana: palestras, projeções, performances, grafite, culinária, apresentações musicais, DJs, etc. "Queremos que fique aberto ao público enquanto acontece a construção e deixar o processo visível para ser acompanhado pelos visitantes. Assim acreditamos poder estabelecer um diálogo com o público, contaminar e sermos contaminados, como é nossa forma de trabalhar". O ‘grand finale’ da semana terá a colaboração, em uma performance, do músico e artista Black Meteoric Star, também conhecido como Gavin Russom.
Black Meteoric Star é um projeto de dance music que Gavin começou em 2006, especificamente inspirada pela música eletrônica produzida em Detroit e Chicago na década de 1980 e lançada pelo selo Trax. E nessa performance, "cada trilha da série é como um capítulo de um livro, e toda a história é uma jornada pela noite", explica o grupo. "Não concebemos o evento como um espetáculo observado de fora, mas como uma celebração em que cada pessoa é um participante".
Em novembro, o grupo faz também apresentações em São Paulo na Galeria Triângulo, na mostra "I/Legítimo" no Paço das Artes e na exposição "Cover", em cartaz no MAM
Algumas das mostras e exposições de que participou o AVAF:
Performance com Black Meteoric Star
Instalação em NY
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