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Aline Diniz


Star Wars e a importância das séries de TV à franquia

Baby Yoda em "The Mandalorian" - Divulgação
Baby Yoda em "The Mandalorian" Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

04/05/2020 16h08

Star Wars é uma franquia que ganha novos capítulos há 43 anos, levando multidões aos cinemas ao redor do mundo. Mas esse universo encanta os fãs também através de outras mídias, incluindo livros, gibis, videogames e, é claro, séries de TV.

Desde o lançamento do primeiro filme até a estreia da primeira série com atores se passaram 42 anos, mas antes de "The Mandalorian" vieram inúmeras produções animadas ao longo das décadas. A questão é: por que demorou tanto tempo para que uma série não-animada fosse desenvolvida dentro desse universo gigantesco?

A ideia de séries animadas como complementar da história principal não é nova. Manter a chama viva no peito do fã é essencial quando falamos nos anos que levam para produzir um filme —principalmente na escala de Star Wars. Assim, a primeira produção televisiva do universo foi desenvolvida em 1985, dois anos depois que o último longa da trilogia original havia sido lançado.

Droids - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

"Star Wars: Droids" focava, como diz o título, nos androides R2-D2 e C-3PO, e acompanhava suas aventuras antes dos acontecimentos do A"Episódio IV: Uma Nova Esperança". Foi apenas uma temporada de 13 episódios seguida de um especial mais longo que encerrou a trama.

Depois dela, tivemos ainda "Ewoks", que também focava bastante no público infantil e acompanhava os bichinhos em aventuras que nada adicionavam ao universo compartilhado dos filmes. Foram apenas duas temporadas de 13 e 22 episódios, respectivamente. Seguiram-se, então, mais 22 anos de hiato até surgir uma nova produção televisiva —e é aqui que começamos a misturar os universos da TV e dos filmes.

Clone Wars - Star Wars: The Clone Wars (Fonte: Reprodução) - Star Wars: The Clone Wars (Fonte: Reprodução)
Imagem: Star Wars: The Clone Wars (Fonte: Reprodução)

Em 2008, foi lançado o filme animado "Star Wars: The Clone Wars" que acompanhava exatamente as guerras clônicas, o período entre o "Episódio II: Ataque dos Clones" e o "Episódio III: A Vingança dos Sith", e realmente começava a preencher um pouco da história não contada nos cinemas. Ao longo das temporadas, personagens dos filmes começaram a aparecer na série e o universo expandido foi se unindo ao dos cinemas, ampliando o escopo da narrativa.

Depois de "Clone Wars" ainda tivemos "Star Wars Rebels" e "Star Wars Resistance" que também preencheram lacunas deixadas pelos filmes. Afinal, é extremamente mais barato produzir uma animação para a TV do que um filme com atores para o cinema.

Desde os anos 2000 se falava em produzir uma série de TV com atores dentro do universo de Star Wars, sendo que em 2009 um projeto de fato começou a ser desenvolvido e mais de 50 roteiros foram escritos. Tudo isso para em 2012 a produção ser considerada muito cara para ter continuidade.

Desde então, a TV começou a mudar e ganhar mais notoriedade, deixando de ser "menos" que o cinema, criando a possibilidade de histórias contínuas serem contadas de forma mais rápida e barata, todas as mentes criativas começaram a estudar a possibilidade de transformar suas histórias em produções televisivas —inclusive os atores. Fazer TV não era mais visto com um passo para trás, mas uma ampliação de horizontes. Era possível ir mais a fundo na história de um certo personagem.

Mandalorian - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Foi nesse contexto que, em 2018, começou a falar-se publicamente sobre a primeira série de TV com atores do universo de Star Wars. Levando em consideração como as coisas geralmente demoram a se desenvolver em Hollywood, "The Mandalorian" foi de ideia a projeto executado em dois anos, tempo considerado rápido na indústria. A série foi um sucesso gigantesco entre os fãs da franquia e uma segunda temporada não só já foi encomendada como já foi filmada.

Desde o início todas as produções televisivas serviam simplesmente para preencher as lacunas, tanto da trama quanto da ansiedade dos fãs em ter um produto novo para consumir. Agora vemos que talvez o universo seja grande demais para ficar restringido somente aos cinemas... as possibilidades são infinitas.

Aline Diniz