A política, desta vez, não apareceu tanto na premiação, mas veio forte no tapete vermelho, onde as estrelas usaram seus looks para defender suas causas. Petra Costa e seu vestido vermelho-PT ganharam a companhia de atrizes como Natalie Portman, dona do visual mais comentado da noite.
Dois anos após criticar a falta de diretoras no Globo de Ouro, a atriz foi ao Oscar com uma capa onde estavam bordados os nomes de diretoras esnobadas pela premiação: Lorene Scarfaria ("As Golpistas"), Lulu Wang ("A Despedida"), Greta Gerwig ("Adoráveis Mulheres"), Mati Diop (Atlantique), Marielle Heller ("Um Lindo Dia na Vizinhança"), Melina Matsoukas ("Queen & Slim"), Alma Har'el ("Honey Boy") e Céline Sciamma ("Retrato de uma Jovem em Chamas").
Eu queria reconhecer as mulheres que foram ignoradas pelos seus trabalhos incríveis esse ano
O ator Billy Porter, por sua vez, quis subverter as noções de realeza com um vestido inspirado pelo Palácio de Kensington e feito sob medida pelo estilista Giles Deacon. "Literalmente embalar o Sr. Porter, um homem negro e queer, em realeza, é mudar as percepções sobre quem pode ser realeza", escreveu o jornal The New York Times.
Já estrelas como Saoirse Ronan e Kate Denver optaram por roupas feitas de forma sustentável. Saoirse, que perdeu o prêmio de melhor atriz para Renée Zellwegger, usou um vestido Gucci confeccionado com os restos de tecido do vestido que havia usado no Bafta.
Fora isso, houve pouco espaço para declarações politizadas na cerimônia. Chris Rock e Steve Martin alfinetaram a falta de mulheres e diretoras e de atores negros. "Lá em 1929, não havia atores negros indicados", disse Steve. "Agora, em 2020, nós temos uma!", respondeu Chris, referindo-se a Cynthia Erivo ("Harriet").
O mais perto que se chegou de uma crítica política depois disso foi quando Oscar Isaac, de origem guatemalteca, e Salma Hayek, mexicana, entraram juntos no palco. A atriz brincou que era a primeira vez em que tocava em um Oscar. "É um Oscar não tão branco agora", brincou o colega.