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Doutor Estranho no terror, Natalie Portman como Thor: Marvel anuncia sua fase mais ousada

Feiticeira Escarlate e Doutor Estranho - Reprodução
Feiticeira Escarlate e Doutor Estranho Imagem: Reprodução

Caio Coletti

Do UOL, em São Paulo

26/07/2019 04h00

O painel da Marvel durante a San Diego Comic-Con 2019 definiu os próximos dois anos de filmes e séries baseados nos heróis da editora -- e a denominada Fase 4 do estúdio mostrou também que, estabelecida de forma definitiva como grande potência do cinema comercial ao colocar Vingadores: Ultimato no topo da lista de filmes mais lucrativos da história, a Marvel está mais disposta a ousar do que nunca.

Esta ousadia é a culminação de um processo de mais de uma década de planejamento. Desde Homem de Ferro, de 2008, a Marvel assumiu apenas riscos calculados (apostando em heróis da "série B" como Guardiões da Galáxia, por exemplo), conquistando a dominância das bilheterias aos poucos, até o momento em que poderia mostrar que veio, como nos quadrinhos, para sonhar alto, criar mais, quebrar regras.

Dois projetos da Fase 4 simbolizam bem esse espírito: as continuações de Doutor Estranho e Thor, ambas marcadas para estreia em 2021. Os dois filmes prometem redefinir de imediato os paradigmas de seus respectivos heróis, mas também podem deixar uma marca permanente de transformação na franquia Marvel como um todo.

Elizabeth Olsen e Paul Bettany durante painel da Marvel, na San Diego Comic-Con - Chris Delmas/AFP - Chris Delmas/AFP
Elizabeth Olsen e Paul Bettany durante painel da Marvel, na San Diego Comic-Con
Imagem: Chris Delmas/AFP

Doutor (ainda mais) Estranho

O diretor Scott Derrickson prometeu, no painel da Comic-Con, que o segundo filme do Doutor Estranho será "o primeiro longa assustador da Marvel". Com o título bizarro de Doctor Strange in the Multiverse of Madness (Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, em tradução livre), o longa tem tudo para trazer as tendências psicodélicas dos quadrinhos do Mago Surpemo para as telas, e provar que a Marvel pode explorar diferentes gêneros de forma mais aberta sem perder público.

O filme também vai contar com a presença da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), outra heroína com poderes mágicos. A inclusão da personagem na sequência promete uma exploração mais ampla dos poderes dela, que ficaram em segundo plano graças ao papel coadjuvante que ela assumiu no universo Marvel até agora. Nas HQs, a Feiticeira é uma das personagens mais poderosas do panteão da Marvel.

Os eventos de Doutor Estranho 2 vão se passar após a série WandaVision, que a Feiticeira vai estrelar ao lado do Visão (Paul Bettany) -- embora o androide tenha morrido durante os eventos de Vingadores: Guerra Infinita. A série, que vai estrear no streaming Disney+ em 2020, pode ser o começo da exploração do multiverso, palavra-chave do título do filme, e termo que define as múltiplas realidades que coexistem nas HQs.

Natalie Portman será Thor no próximo filme da franquia - Kevin Winter/Getty Images/AFP - Kevin Winter/Getty Images/AFP
Natalie Portman será Thor no próximo filme da franquia
Imagem: Kevin Winter/Getty Images/AFP

Fiel aos quadrinhos

Enquanto isso, os fãs poderão conhecer uma nova versão do deus do trovão em Thor: Love and Thunder. Ou talvez devêssemos dizer deusa, já que é a Jane Foster de Natalie Portman que vai assumir o manto do herói, exatamente como aconteceu nos quadrinhos da Marvel. Taika Waititi, que já surpreendeu com o rumo cômico dado aos personagens de Thor: Ragnarok, retornou para a continuação e convenceu Portman a estrelar, anos após uma briga entre ela e o estúdio.

Foster vai tomar o controle do Mjolnir enquanto o reino de Asgard é governado por Valquíria (Tessa Thompson), que foi deixada no comando por Thor (Chris Hemsworth) no final de Vingadores: Ultimato. No painel, Thompson deixou os fãs em polvorosa ao anunciar que Love and Thunder vai explorar a identidade da personagem como mulher LGBTQ+ -- nos quadrinhos, a Valquíria é bissexual.

O tema em comum entre as decisões mais ousadas da Marvel nessa Fase 4, logo percebemos, é a fidelidade aos quadrinhos. De fato, o mundo da editora nas páginas das HQs é muito mais aberto à fantasia, e muito mais diverso (em termos de personagens e estilos de contar histórias), do que o do cinema. Já estava na hora do MCU recuperar esse atraso.