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Coronavírus provoca calafrios na indústria do cinema; veja principais mudanças

"Mulher-Maravilha" pede silêncio e demonstra força em nova imagem do filme - divulgação/Fandango
"Mulher-Maravilha" pede silêncio e demonstra força em nova imagem do filme Imagem: divulgação/Fandango

De Paris

26/03/2020 14h44

A indústria do cinema tenta se adaptar à situação inédita gerada pela pandemia do novo coronavírus, com filmagens canceladas, salas de cinema fechadas e o Festival de Cannes suspenso.

Confira abaixo as principais mudanças provocadas pelo surto da covid-19.

Estreias podem esperar

A principal medida tomada até agora por estúdios e distribuidores foi o adiamento das estreias previstas para as próximas semanas, como, por exemplo, a do novo filme de "007", adiada para novembro.

A Disney também adiou o remake de "Mulan" e a aventura "Viúva Negra", enquanto a Universal reagendou para 2021 o nono episódio de "Velozes e Furiosos", e "Mulher-Maravilha 1984" será lançado em agosto, em vez de junho.

"Deve ser reorganizado o calendário de estreias, uma vez que não apenas fecharam as salas de cinema, mas também foram interrompidas a filmagem, produção, dublagem...", explica Richard Patry, diretor da Federação de Gerentes de Cinema na França.

Patry descarta uma saturação de estreias no terceiro trimestre, uma vez que os filmes previstos para essa época não estarão prontos.

Vídeo on demand

A Paramount surpreendeu na última segunda-feira, em Hollywood, ao anunciar que "The Lovebirds", uma das comédias românticas mais esperadas do ano, sairá na Netflix, sem passar pelas salas de cinema.

Até agora, vários estúdios haviam optado pelo vídeo on demand (VoD), oferecendo produções cuja vida no cinema foi interrompida pelo novo coronavírus. É o caso da Universal, que, por menos de 20 dólares, permite o aluguel por 48 horas de "O Homem Invisível", juntamente com "Emma" e "The Hunt".

'Home cinema'

Ao mesmo tempo em que a indústria mergulha na crise, o período de confinamento também é propício para os cinéfilos em busca de tesouros cinematográficos ou apenas com vontade de rever filmes antigos.

Além dos gigantes habituais, como Netflix, Amazon e Apple TV, aos quais se uniu recentemente em vários países a Disney+, começam a surgir outras plataformas, mais centradas no cinema autoral.

A Mubi, baseada em Londres e apreciada tanto por Martin Scorsese quanto por estudantes de cinema, fez uma oferta de assinatura por três meses pelo valor simbólico de uma libra eterlina (R$ 6). A cada mês, ela oferece uma seleção eclética de 30 filmes, como "India Song", de Marguerite Duras.

Para os amantes de raridades, o site Openculture compilou mais de mil filmes acessíveis gratuitamente na internet, de domínio público.

A incógnita de Cannes

O Festival de Cannes, que aconteceria entre 12 e 23 de maio, foi suspenso. "Várias possibilidades estão em estudo para manter a cerimônia. A principal é um simples adiamento" para entre o fim de junho e o começo de julho, indicaram os organizadores.

Paralelamente ao festival, Cannes sedia na mesma data o mercado de cinema, onde estúdios e produtoras podem comprar e vender títulos que distribuirão pelo mundo nas salas comerciais. Trata-se de um evento vital para a indústria.