27/10/2008 - 19h28
Depois de pichação, visitantes passarão por detectores de metal na Bienal de São Paulo
Da Redação

PICHADORES NA BIENAL
Divulgação
Grupo com cerca de 40 pessoas pichou as paredes do segundo andar do Pavilhão da Bienal na noite deste domingo
VEJA FOTOS DA AÇÃO DOS PICHADORES
Os vistantes da 28ª Bienal de São Paulo terão de passar por detectores de metal e deixar mochilas e "bolsas grandes" no guarda-volumes do prédio a partir desta terça (28).

A medida, anunciada por meio de nota abaixo, visa inibir ações como a ocorrida na noite do domingo passado (26), dia da abertura da mostra para o público, quando cerca de 40 pessoas que entraram no Pavilhão Ciccillo Matarazzo e picharam as paredes do segundo andar do prédio, que está vazio nesta Bienal. Nenhuma obra foi danificada.

A nota, assinada pela fundação e pela curadoria da 28ª edição da Bienal, "condena e lamenta a invasão e o vandalismo" e chama os pichadores de "bando de criminosos". Entre eles, dois foram presos e "podem sofrer duras penalidades", diz a nota.

A Bienal não comentou na nota a ação de um grupo de coladores de "stickers", que colou adesivos nas colunas do mesmo segundo andar do prédio, na última quinta (23), antes da abertura do evento. A Fundação Bienal, questionada pelo UOL, ainda não disse como o grupo conseguiu colar esses adesivos nem se vai retirá-los.

Leia a seguir a íntegra da nota oficial da organização da 28ª Bienal de São Paulo.

São Paulo, 27 de outubro de 2008.

A Fundação Bienal de São Paulo e a curadoria da 28ª Bienal de São Paulo lamentam e condenam a invasão e o vandalismo ocorridos no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera, no último domingo, 26 de outubro de 2008.

Trata-se de um ato criminoso, previsto em lei, contra um patrimônio público, o edifício da Bienal, o meio ambiente, a área preservada do Parque Ibirapuera, além de graves agressões físicas a funcionários trabalhando no evento. Embora já tivéssemos sido informados da possibilidade de um ataque desse tipo, em respeito ao público visitante, havíamos optado por manter uma segurança menos ostensiva, além da colaboração de profissionais preparados para a mediação com o público por meio dos serviços educativos. Ainda assim, foram graças à eficiência da segurança contratada e ao apoio dos educadores que esse bando de criminosos não logrou maiores danos em relação às obras expostas. Depois do ocorrido, fomos obrigados a alterar e reforçar o esquema de segurança.

Causa-nos profunda surpresa e pesar, ver que no momento em que a exposição Bienal se propõe como um espaço democrático, aberto ao público, hospitaleiro, recebamos uma manifestação completamente contrária a esse espírito. O vandalismo causado pela atitude autoritária e agressiva desses jovens representa uma ameaça à constituição de um espaço público coletivo, que respeite a integridade de cada cidadão e o patrimônio material e simbólico da nossa cultura. A atuação do grupo repetiu o mesmo padrão de ataques anteriores realizados na Faculdade de Belas Artes e na Galeria Choque Cultural, ambas em São Paulo, mas, diferentemente do que ocorreu nessas ocasiões, eles não conseguiram destruir nenhuma obra. Duas pessoas foram detidas e poderão sofrer duras penalidades.

A Fundação Bienal de São Paulo e a curadoria da 28ª Bienal de São Paulo pedem a compreensão do público visitante da mostra, pois somos obrigados pelo autoritarismo e violência desses criminosos, a implementar medidas de segurança e controle do público visitante. Portanto, a fim de evitarmos transtornos e embaraços, pedimos a gentileza de que os visitantes não venham com bolsas grandes (mochilas são guardadas obrigatoriamente), pois elas terão de ficar no guarda volumes. Todos os visitantes deverão passar por detectores de metal e, quando solicitados, poderão ser inquiridos sobre possíveis pertences metálicos que estejam portando. A 28ª Bienal de São Paulo estará aberta normalmente ao público, amanhã, terça-feira, a partir das 10h, sem qualquer alteração em sua programação.

Fundação Bienal de São Paulo
Curadoria da 28ª Bienal de São Paulo: "em vivo contato"

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