1959

Após o tumulto gerado pelo corte de mais de 80% dos brasileiros inscritos na edição anterior, o júri da 5ª Bienal premiou alguns dos artistas que foram cortados. Entre eles, estavam Manabu Mabe e Marcelo Grassmann. A maior parte dos mais de cem artistas brasileiros da quinta edição tinha ligações com o abstracionismo, com destaque para Mabe.

Conforme publicado no livro "Bienal 50 Anos", o crítico Mário Pedrosa considerou Mabe uma novidade e uma "ofensiva tachista e informal". Na época, o crítico afirmou que "um jovem artista japonês desconhecido, Manabu Mabe, é o vitorioso. Mal chegado do interior de São Paulo, onde fazia seu estágio obrigatório de imigrante, Mabe ganha instantânea notoriedade. De gosto inefavelmente japonês, as manchas de Mabe têm um poder emocional de fácil comunicabilidade, e com elas inaugura-se em definitivo a voga tachista no Brasil"

Folha Imagem
Policiais observam quadros de Vincent van Gogh durante a montagem da 5ª Bienal

A 5ª Bienal Internacional de São Paulo foi uma edição marcada pela exposição de Vincent Van Gogh, montada com a colaboração do museu holandês Kroeller-Mueller. A sala do holandês apresentou 15 pinturas e 15 desenhos cobrindo as diversas fases do pintor, uma síntese de sua obra que evidenciava a influência de Van Gogh. Um das salas mais visitadas da 5ª Bienal, a mostra delineou o caráter de outras representações nacionais, que organizaram suas salas em convergência com a exposição da Holanda.

Reprodução
"Paisagem de Fim de Tarde com Lua Nascente", de Vincent van Gogh

Outros destaques foram a sala do Expressionismo Alemão, que trouxe 20 obras que formavam um representativo conjunto com trabalhos de Heckel, Kirchner, Schidt-Rottluff, Nolde e Muller; a exposição Quatro Séculos da Gravura Francesa, com 128 trabalhos de importantes e variados artistas dessa modalidade; e a mostra preparada pela representação do Japão com 150 valiosas obras na sala Ukiyo-e, que cobriam do século 17 ao 19 e tinham trabalhos de Hokusai e Hiroshigue, considerados dois mestres da linguagem gráfica japonesa.

Autor do cartaz

- Arnaldo Grostein

Prêmios Nacionais

- Manabu Mabe - Pintura
- Artur Luiz Piza - Gravura
- Marcelo Grassmann - Desenho
- Arnaldo Grostein - Cartaz

Prêmios Internacionais

- Bárbara Hepworth (Grã-Bretanha) - Grande Prêmio
- Modesto Cuixart (Espanha) - Pintura
- Francesco Somaini (Itália) - Escultura
- Riko Debenjak (Iuguslávia) - Gravura
- José Luiz Cuevas (México) Desenho

Fontes

- Arquivos Folha de S. Paulo
- "As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987", de Leonor Amarante
- "Bienal 50 anos", organizado por Agnaldo Farias
- Site oficial do Museu de Arte Moderna de São Paulo
- Fundação Bienal de São Paulo.

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