1991

A 21ª Bienal de São Paulo foi considerada pelos críticos como uma bienal confusa e decepcionante, após uma seqüência de êxitos. O resultado refletiu o processo de realização da mostra. O triunvirato de curadores responsável pela edição anterior foi extinto e em seu lugar ficaram João Cândido Galvão (que organizou os "Eventos Especiais" na 20ª Bienal) e o crítico Jacob Klintowitz como curadores gerais. A parceria não deu certo e Klintowitz abandonou o cargo bem antes do início da Bienal.

Além disso, a Bienal retomou o critério de seleção por dossiês e projetos encaminhados pelos artistas, como em concursos; e aumentou o prêmio máximo para 150 mil dólares, considerado excessivo para eventos do porte da Bienal, o que proporcionou ao curador um ambiente de pressão.

Cândido Galvão não conseguiu manter a densidade das cinco Bienais realizadas a partir de 1981. Os trabalhos de maior qualidade provinham da dança e das artes cênicas. O grupo catalão "Fura Del Baus" com o espetáculo "Suz/O/Suz", e a trilogia clássica "Medeia", "Troiana" e "Electra" encenada em latim e grego pela "Companhia do Teatro Nacional de Bucareste" foram os maiores destaques. A trilogia, dirigida por Andrei Serban, foi marcante e emocionou o público da Bienal de 1991.

Os trabalhos consistentes de Geraldo de Barros e Ana Maria Tavares salientaram-se entre os brasileiros, assim como provocou excelente impressão o Cubo de Luz, do catarinense Schwanke. A obra, colocada nos jardim do pavilhão da Bienal, tinha 5,5 metros de aresta e 80 refletores de luz instalados em sua parte interna. A quantidade de luz utilizada equivalia à iluminação de um estádio de futebol.

Entre as representações nacionais, distinguiu-se o trabalho da norte-americana Ann Hamilton. Sua instalação "Linhas Paralelas" ocupou duas salas que formavam um conjunto de 8 metros de largura por 27 metros de comprimento. Na primeira sala ela construiu uma imensa nave funerária ocupada por velas parcialmente queimadas. Após observar o trabalho sob um forte cheiro de velas queimadas, na sala do fundo, o visitante deparava-se com dois pássaros mortos, em duas urnas de vidro, sendo lentamente devorados por besouros.

Impressionaram também as obras dos alemães Max Uhlig, com seus desenhos expressionistas, e A.R. Penk, que apresentou 5 telas neo-expressionistas. Vencedor do Grande Prêmio Fundação Bienal de São Paulo, o também alemão Horst Antes trouxe dezesseis obras para a mostra.

Autor do cartaz

- Rico Lins

Prêmios Nacionais

- Alex Cerveny - Prêmio Secretaria Estadual de Cultura
- Cristina Canale - Prêmio Governador do Estado
- Geraldo de Barros - Prêmio Palácio da Alvorada
- Lívio Abramo - Prêmio Honorífico

Prêmios Internacionais

- Horst Antes - Alemanha - Grande Prêmio Fundação Bienal de São Paulo
- Max Uhlig - Alemanha - 2º Prêmio Fundação Bienal de São Paulo

Prêmios Especiais

- Andrei Serban - Romênia - Prêmio Honorífico
- Alejandro Otero - União Pan-americana - Prêmio Honorífico

Fontes

- Arquivos Folha de S. Paulo
- "As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987", de Leonor Amarante
- "Bienal 50 anos", organizado por Agnaldo Farias
- Site oficial do Museu de Arte Moderna de São Paulo
- Fundação Bienal de São Paulo.

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