A 28ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo ocorreu entre 25 de outubro e 12 de dezembro de 2008 e ficou conhecida como a "Bienal do Vazio".
O projeto da mostra, idealizado pelo curador Ivo Mesquita e intitulado "Em Vivo Contato", propôs um andar inteiro sem obras como forma de questionar uma "crise no sistema de arte". Esse espaço vazio foi invadido por um grupo de pichadores em uma ação coordenada no dia da abertura do evento. Uma integrante do grupo foi presa logo após o ato e ficou detida por 50 dias. Os espaços pichados foram pintados, na sequência, pela organização da Bienal.
A proposta de uma "Bienal vazia" também foi criticada por artistas estabelecidos, como José Roberto Aguilar, que chamou a mostra de "Bienal do 171".
Com participação de 40 artistas convidados, a 28ª Bienal teve como destaque as performances. O santista Maurício Ianês apresentou o trabalho "A Bondade de Estranhos", em que "morou" no prédio da Bienal durante 13 dias e comeu e se vestiu apenas com o que lhe foi doado por visitantes. Ianês começou essa performance completamente nu.
A norte-americana Joan Jonas apresentou a performance "A Forma, o Aroma, a Sensação das Coisas", baseada em experiências com os índios hari ne década de 1960. Já a dupla/banda formada nos EUA Los Super Elegantes fez uma performance improvisada em que interpretaram o curador Ivo Mesquita e a modelo Gisele Bündchen.
Na "festa de encerramento" da Bienal, o coletivo norte-americano assume vivid astro focus realizou a performance chamada "Axé Vatapá Alegria Feijão", com um carro alegórico.
Entre as obras, uma das que mais se destacou foi "Valerio Sisters", da artista belga Carsten Holler, em que os visitantes --e principalmente crianças--. fizeram fila para escorregar numa espécie de tobogã, que percorria por fora do prédio e despejava as pessoas no térreo do edifício.
Participaram da 28ª Bienal a dupla nova-iorquina de electro Fischerspooner, que inaugurou a mostra com um show no térreo do prédio, o coreógrafo Ivaldo Bertazzo, que promoveu uma "invasão dançante" no andar vazio, além dos artistas Dora Longo Bahia, Iran do Espírito Santo, o espanhol Javier Peñafiel, Mabe Bethônico, a iugoslava Marina Abramovic, Rubens Mano e a francesa Sophie Calle.
Após o encerramento da Bienal e uma série de duras críticas a essa edição, os curadores Ivo Mesquita e Ana Paula Cohen sugeriram revisão do modelo administrativo em carta enviada para a própria fundação, que enfrentava crise política e tinha dívidas de mais de R$ 4 milhões. Em 2009, a 29ª edição da mostra chegou a ser adiada para 2011, mas foi remarcada para sua data original (2010), já com novo presidente no cargo, o empresário Heitor Martins, que assumiu o posto de Manoel Pires da Costa.
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