23/10/2008 - 19h54
28ª Bienal de São Paulo abre no sábado com performances e andar vazio
Da Redação

Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
Pavilhão da Bienal é preparado para a abertura do evento no sábado. No alto, obra de Mircea Cantor chamada "Aeroporto de Anjos"
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BIENAL SE PREPARA CONTRA VANDALISMO
A 28ª Bienal de São Paulo abre suas portas para o público no próximo domingo, no parque Ibirapuera, com grande espaço dedicado a performances, apresentações e intervenções. A abertura do evento para convidados será marcada pela apresentação do grupo mineiro O Grivo, na noite de sábado, dia 25, e pela apresentação da dupla de música eletrônica norte-americana Fischerspooner, que se apresenta no dia 26, às 20h30.

Sob o tema "Em Vivo Contato", a 28ª edição do evento foi concebida para fazer crítica e reflexão ao modelo atual de bienal de arte e reunirá 41 artistas nacionais e estrangeiros, que têm como tema principal a abordagem de questões ligadas à memória, história e documentos. O segundo andar do prédio da Fundação Bienal, deixado completamente vazio e que fez com que esta edição fosse conhecida como "Bienal do Vazio", passa agora a ser chamado pelos curadores de "Planta Livre".

"Acho que o vazio foi mal entendido quando a proposta foi divulgada. Não é que não haveria mais arte. O projeto sempre foi pensado com artistas e obras, com a proposta de deixar o andar vazio para pensar sobre o que poderia ir ali. O nome 'Planta Livre' veio de discussões com todos os envolvidos", explicou a curadora da Bienal Ana Paula Cohen durante entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira em São Paulo. "O vazio continua em todos os textos, ainda é uma questão presente, mas adotamos esse nome para estimular a experiência arquitetônica do prédio", completa o também curador Ivo Mesquita.

Além do segundo andar vazio, que receberá a performance de Maurício Ianês, artista que vai viver no espaço por duas semanas sem se alimentar e completamente nu, a Bienal concentrará no primeiro andar do prédio uma série de apresentações e eventos abertos ao público. Entre as atrações programadas, além das apresentações de abertura do evento, aulas de dança semanais promovidas pelo coreógrafo Ivaldo Bertazzo e até "festas" promovidas pelo coletivo norte-americano assume vivid astro focus, entre os dias 2 e 6 de dezembro.

É no terceiro andar do prédio que se concentrarão as obras dos artistas convidados. Pouco mais da metade da exposição é composta por obras ou intervenções criadas especificamente para a Bienal. A mostra se completa com trabalhos produzidos anteriormente e que têm relação com a curadoria do evento.

Sobre o piso forrado por uma resina decorada de Dora Longo Bahia, obras de Iran do Espírito Santo, Mabe Bethônico, Marina Abramovic, Sophie Calle, Armin Linke, entre outros, se misturam com uma biblioteca formada por catálogos das 213 bienais de arte que existem hoje em todo o mundo, que o público poderá consultar. "Achamos importante abrir para o público parte do arquivo Wanda Svevo, o acervo e o patrimônio mais importante da Fundação Bienal", diz Ana Paula.

Também no terceiro andar será instalado um auditório que abrigará discussões com artistas, curadores e historiadores da arte que abordarão a história da Bienal, os bastidores da exposição e o modelo desse tipo de evento pelo mundo.

Saída
O artista Rodrigo Bueno, inicialmente escalado para expor na Bienal decidiu deixar o evento. Segundo informação da organização da Bienal, a saída do artista foi de sua própria iniciativa e a curadoria não comentou o fato.

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