A 13ª Bienal foi envolta por mais uma crise institucional e financeira. Ciccillo Matarazzo deixou o comando da instituição, deu lugar a seu sobrinho Ermelino Matarazzo, mas voltou a assumir a direção meses depois, enquanto a Prefeitura de São Paulo ameaçava retirar o patrocínio.
Em uma edição marcada por uma significativa presença da vídeo-arte, os jurados recusaram-se a assistir às 8 horas de exibição que somavam os trabalhos dos 31 vídeo-artistas dos Estados Unidos. Revoltada com o descaso, a representação norte-americana ameaçou retirar todas as obras da Bienal, que contou com trabalhos do coreano radicado nos Estados Unidos, Nam June Paik, considerado o inventor da vídeo-arte.
Do Japão vieram trabalhos de apenas dois vídeo-artistas, Keigo Yamamoto e Katsuhiro Yamagushi, que apresentou um estudo do quadro "As Meninas", de Diego Velásquez. Diferentemente dos norte-americanos, os japoneses enviaram trabalhos mais curtos e tiveram melhor recepção entre o público e o júri.
A representação brasileira causou grande impacto com a exposição "Xingu Terra". Além de várias peças do acervo etnográfico dos irmãos Vilas Boas e de grandes painéis fotográficos com as paisagens da reserva do Xingu, os organizadores da mostra trouxeram o índio Aritana para construir a reprodução de uma maloca, em tamanho natural, dentro do pavilhão da Bienal.
Quando se entrava na maloca, também era possível ouvir sons do cotidiano das tribos indígenas do Xingu.
Como prenúncio da Primeira Bienal Latino-Americana, que seria inaugurada em 1978, a 13ª Bienal teve forte presença de artistas latino-americanos, com salas dos artistas José Luis Cuevas (México), Fernando Szyzlo (Peru), Augusto Torres (Uruguai), Luis Hernandes Cruz (Porto Rico) e Alejandro Otero (Venezuela).
- Rogério Batagliese - Maria Elisabeth Nogueira
- Jagoda Buic (Iugoslávia)
- Gullermo Roux (Argentina)
- Maria Simon (Argentina)
- Carl Bucher (Suíça)
- Siron Franco (Brasil)
- Edith Jiménez (Paraguai)
- François Morellet (França)
- Sigmar Polke (República Federal da Alemanha)
- Carlos Rojas (Colômbia)
- Ângelo de Souza (Portugal)
- José Luis Verdes (Espanha)
- Joyce (Guatemala)
- Rogério Batagliesi e M. Elizabeth S. Nogueira - Cartaz
- Arquivos Folha de S. Paulo
- "As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987", de Leonor Amarante
- "Bienal 50 anos", organizado por Agnaldo Farias
- Site oficial do Museu de Arte Moderna de São Paulo
- Fundação Bienal de São Paulo.
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