Leandro Hassum diz que Brasil nunca ganhou Oscar por "uma questão de panela"
Durante participação no programa Morning Show de hoje, na Rádio Jovem Pan, o ator e humorista Leandro Hassum falou sobre a escolha do filme A Vida Invisível, do diretor Karim Aïnouz, para representar o Brasil no Oscar 2020.
"O filme do Karim é maravilhoso, adorei", disse, a seguir analisando porque o Brasil nunca venceu uma estatueta na categoria melhor filme internacional. "Mas é um pouco mais do que a gente já viu em nossos filmes que já foram pré-selecionados lá atrás".
"Que Horas Ela Volta, da Régina Casé [com direção de Anna Muylaert], era um filme que tinha um baita potencial, eu achava que a gente ia. Mas se você olhar vai ver que a pegada era bem parecida com esse do Karim [A Vida Invisível]", comparou.
"A minha teoria é que a gente meio que corre atrás do próprio rabo!", disse. "Não ganhamos um Oscar ainda por uma questão, acima de tudo, de panela. A gente é sempre visto como o primo pobre".
"Sempre entra um filme iraniano do cara que perdeu o dedal da tia na guerra, ou o menino egípcio, com legenda em egípcio, correndo descalço com o pé em feridas... Ai vem o Hassum gritando? Não vai ganhar, né!", brincou.
Dois filmes com Hassum estavam entre os 12 pré-indicados ao posto de filme brasileiro na premiação mais famosa do cinema. Chorar de Rir (Toniko Melo) e Simonal (Leonardo Domingues). Ambos, segundo o próprio ator, sem o perfil de escolha da Academia: "Comédia e biografia local... Não vão selecionar".
O filme "A Vida Invisível", foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país na corrida pelo Oscar 2020 da categoria melhor filme internacional, que anteriormente era chamada de melhor filme estrangeiro. Segundo Anna Mulayert, diretora da comissão da Academia, a escolha foi acirrada e se deu por diferença mínima de votos.
A Vida Invisível foi a escolha de cinco votantes, enquanto Bacurau, de Kleber Mendonça Filho, foi o segundo colocado com quatro. Muylaert revelou que um grupo de votantes desejava passar uma mensagem política mais forte, escolhendo Bacurau, enquanto outros priorizavam a viabilidade do escolhido para o Oscar.
Saída da Globo e vida nos EUA
Hassum, que está há quatro anos morando nos Estados Unidos por conta, principalmente, dos estudos da filha, falou também sobre a opção de abrir mão de um contrato com a Rede Globo para se dedicar a outros projetos.
"Chega um momento na vida que a gente pode optar por algumas coisas. A saída da Globo foi bem tranquila, se deu da melhor maneira possível. Portas abertas para um retorno quando pintar um projeto que seja mais a minha cara."
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