Carol Duarte vibra com força de A Vida Invisível em tempo de "horror" para cinema
Quando conversou com a reportagem do UOL na semana passada, Carol Duarte ainda não sabia que o filme A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, seria o selecionado para competir por uma vaga no Oscar 2020 como representante do Brasil, decisão anunciada hoje pela Academia Brasileira de Cinema. Mas ela já se mostrava animada com a possibilidade, e falava com alegria de todo o processo do longa, o primeiro de sua carreira.
"O [filme] Vida Invisível foi talvez o processo mais vertical que eu já vivi. Acho que o Karim tem uma característica, como diretor, de trazer o ator e a preparação em cena. Foram três meses de processo, de filmagem, muito intensos", disse ela, no intervalo das filmagens da série Segunda Chamada, que grava atualmente para a Globo.
A história gira em torno de duas irmãs, Eurídice e Guida, que são separadas pelo pai, e que passam o resto de suas vidas procurando uma a outra, como se já não pudessem seguir sozinhas. Carol interpreta Eurídice jovem, enquanto a fase adulta é vivida por Fernanda Montenegro.
"O Karim tem um jeito de trabalhar de ninguém ter celular no set. Ninguém me chamava de Carol, me chamavam de Eurídice. Tem um cuidado com as histórias, e com as relações. Foi muito profundo. Estou muito empolgada pra quando o filme vier pro Brasil, quero muito ver as pessoas assistindo. É um filme sobre a mulher", complementa a atriz.
A Vida Invisível estreia no Brasil no dia 31 de outubro, mas já foi exibido no Festival de Cannes, onde foi premiado como melhor filme na mostra Un Certain Regard, e também marcará presença no Cine Ceará 2019.
O longo foi apresentado em Cannes junto a outro filme brasileiro: Bacurau, de Klebber Mendonça Filho, que também era um dos mais cotados a ser indicado ao Oscar. Carol elogia Bacurau, e diz que ele e o filme de Karim são dois representantes fortes do cinema nacional, ainda mais em tempos de ataques à indústria cultural, com até uma ameaça de extinção da Ancine.
"A gente estava em Cannes com o filme junto com o Bacurau, e os dois filmes foram muito premiados. Ali foi muito forte, acho que para todo mundo que estava ali entender que o nosso cinema é de fato muito relevante. As pessoas estão olhando para isso e as pessoas estão produzindo coisas muito boas. É muito contraditório esse momento que a gente está vivendo de sucateamento, esse horror todo, e ao mesmo tempo o cinema está fervilhando", afirma ela.
Para ela, o momento é um marco no cinema nacional, e influenciará também o futuro das produções.
"Acho que todas as produções que vão vir agora no cinema, e acho que cinema tem uma estrutura muito grande, começa a ser quase uma resistência, dependendo do tema que você tratar em um filme hoje é existência, é resistência, porque os ataques estão muito grandes. Mas eu acredito que o que a gente está produzindo vai continuar sendo muito relevante", conclui.
Confira o trailer de A Vida Invisível:
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