'La Casa de Papel': os segredos que descobri nos bastidores da série
Atenção: o texto traz spoilers das partes 3 e 4 de 'La Casa de Papel'. Pare por aqui se não quiser saber o que acontece!
Em maio do ano passado, tive o privilégio de fazer um bate e volta para Madri. Não era uma viagem qualquer. Fui convidada pela Netflix para a capital espanhola acompanhar um dia das gravações de "La Casa de Papel", a série que já tinha virado fenômeno mundial com apenas duas temporadas.
A ideia era conhecer o estúdio, ver os novos cenários, assistir a uma cena, e fechar o dia conversando com alguns atores e com o diretor sobre a parte 3, que já tinha sido anunciada. A surpresa foi descobrir (ainda em segredo) que a parte 4 também já estava sendo gravada.
Sem querer, um dos integrantes da equipe acabou entregando para mim e para os jornalistas de outros oito países que me acompanhavam na visita que a parte 4 já estava sendo rodada.
Mas esse não foi o único segredo que descobrimos naquele dia.
Como é o lugar onde eles gravam?
''La Casa de Papel" teve cenas rodadas em vários países. Mas o cenário principal, o Banco da Espanha, foi montado dentro de um estúdio distante cerca de 30 minutos de Madri.
Em dois estúdios de 1.200 m² cada, a equipe levou seis meses para criar o hall de entrada do banco, um mezanino, a sala do governador, o elevador, a biblioteca e um banheiro que virou cenário de uma das cenas mais tensas da parte 4, quando Gandía captura Nairóbi e prende a cabeça dela na porta.
A escadaria que marcou várias cenas das partes 1 e 2 nem existiria se o hall do Banco da Espanha fosse reproduzido fielmente, mas foi colocada lá em destaque para celebrar a história da série. As cores escuras também foram uma opção estética da equipe de arte para dar ainda mais destaque aos uniformes vermelhos tão característicos do bando do Professor.
O banco da Espanha nem tem tantos corredores assim...
Se você já viu a parte 4, vai se lembrar das muitas cenas em que os assaltantes correm pelos corredores, ora atendendo um pedido de socorro, ora perseguindo o vilão Gandía. A verdade é que o banco montado dentro do estúdio nem tem tantos corredores assim.
Todo aquele espaço que parece tão longo está reproduzido em apenas um mezanino em volta do hall de entrada, esse sim gigantesco. Palmas para a equipe de arte e a produção que conseguiu adaptar o cenário para tantas cenas.
O banco também não tem vários andares. E o elevador é estático. O primeiro cenário com o qual nos deparamos assim que entramos no estúdio foi a biblioteca, que —assim como o hall— é a única que tem um mezanino. O banheiro, a sala do governador e todos os outros cômodos que aparecem na série estão divididos em pequenos blocos, todos no mesmo patamar.
Os atores são legais?
Ok, já falamos muito dos cenários. Mas e os atores? Como eles são?
No dia da visita, Úrsula Corberó (Tóquio), Miguel Herrán (Rio), Alba Flores (Nairóbi), Darko Peric (Helsinki), Jaime Lorente (Denver), Esther Acebo (Estocolmo) e Rodrigo De la Serna (Palermo) estavam escalados.
Tive a chance de conversar com todos eles. As minhas impressões?
A Tóquio é uma fofa! Ser a protagonista da série não interfere em nada na simpatia dela. Me surpreendeu.
O Rio é o caçula e o palhaço do set. Sempre com alguma piada na ponta da língua e zoando com os colegas.
A Nairóbi carrega uma aura de poder, não é só a personagem, a atriz também é incrível. Séria, mas educadíssima.
O Helsinki é fofo mesmo e também inteligentíssimo. Todo o carinho que sentimos pelo personagem se reflete no ator.
O Denver é super tímido. Apesar do personagem caricato, o ator é mais contido na vida real.
A Estocolmo tem carreira como repórter além de atriz e tirou de letra as entrevistas. A mais desenvolta.
O Palermo só é ruim na pele do personagem. O ator argentino é profissional, simpático e acrescentou muito ao elenco.
Conheci a Sofía!
E por fim, mas não menos importante, eu conheci a Sofía, o furão que roubou a cena no final da parte 3. Deixar jornalistas soltos em um ambiente cheio de possíveis spoilers é sempre um perigo. E foi assim que eu achei o bicho.
Enquanto esperávamos na biblioteca para entrevistar os atores, reparei em uma gaiola deixada num canto com algo dentro. Me aproximei com cuidado, e logo saquei que era uma pelúcia.
Quando os episódios saíram, descobri que o bichinho ganhou um GPS acoplado no corpo e enganou a polícia fora da casa. Genial!
Vai ter quinta temporada?
Essa é uma pergunta que só a Netflix pode responder. Mas julgando pela estrutura que vi e o final da parte 4, a resposta só pode ser sim. Aos fatos:
Depois que a Netflix passou a bancar a produção da série (a partir da parte 3), um estúdio novinho em folha foi construído para rodá-la. O orçamento triplicou, a equipe gravou ao redor do mundo, e o retorno veio em audiência.
Só em Madri, cada um dos cenários custou pelo menos 100 mil euros para ser construído. Palavras de Abdón Alcañiz, o diretor de arte. E o mais importante: o assalto ainda não terminou.
As gravações das partes 3 e 4 começaram em janeiro de 2019 e terminaram em agosto. Primeiro, eles viajaram o mundo para fazer as cenas da vida pós-assalto à Casa da Moeda. Depois, focaram no set em Madri. Os flashbacks foram gravados na Itália. Algo impensável em tempos de coronavírus.
Passada a quarentena, não tem porque não levar os atores de volta ao estúdio para fechar mais esse capítulo. Isso se a parte 5 já não estiver pronta e muito bem guardada no cofre submerso do banco.
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