Processo de Depp contra ex-advogados pode se misturar com caso contra Amber Heard
Os problemas legais de Johnny Depp continuam ficando mais complicados. Durante uma audiência realizada hoje na Corte Superior de Los Angeles, presidida pelo Juiz Terry Green, o processo de difamação de Depp conta a ex-mulher, Amber Heard, se misturou à disputa legal do ator com seus ex-advogados.
O Juiz Green aprovou um pedido dos atuais advogados de Depp para adiar o julgamento neste último caso, em que o ator pede uma indenização de até US$ 30 milhões da firma de Jacob Bloom, que o representou no divórcio com Heard. Antes marcado para maio, o julgamento agora só vai acontecer em 16 de setembro.
O caso de difamação de Depp contra Heard foi citado pelos advogados de defesa de Jacob Bloom. Eles apontaram um trecho do texto do processo em que o ator indica que Bloom o aconselhou mal ao dizer para ele aceitar um acordo milionário para finalizar o divórcio.
Os advogados de Bloom no caso de negligência indicaram que esta nova acusação exige que novas testemunhas sejam ouvidas e evidências sejam produzidas. Eles ainda reiteraram que a nova equipe de advogados de Depp não tem colaborado com o processo, atrasando a entrega de vários documentos.
Na semana passada, Depp processou Heard por escrever um artigo para o jornal "Washington Post" em dezembro, no qual descrevia sua experiência com violência sexual e doméstica. Embora o nome do ator não tenha sido citado, Depp alega que estava subentendido.
O ator também argumenta que o artigo de Heard foi o motivo pelo qual a Disney não o chamou para estrelar a próxima encarnação da franquia "Piratas do Caribe".
Relembre o caso
Os depoimentos de Heard e Depp durante o processo de divórcio foram relevados pela primeira vez apenas em janeiro deste ano. A separação foi causada por uma briga em que as tensões do casal explodiram, e Depp supostamente agrediu a mulher dentro do apartamento dos dois.
A gritaria da briga em questão fez com que os seguranças do próprio Depp entrassem no local, convencendo-o a ir embora. Raquel Pennington, uma amiga de Heard, testemunhou que tirou "dúzias de fotos" de hematomas e machucados infligidos por Depp na atriz durante o relacionamento dos dois, incluindo na fatídica noite da separação.
"Johnny e eu nos referimos à sua outra personalidade, a parte dele que está presente quando ele me bate, como 'o monstro'. Há anos usamos este termo. Eu tinha muito medo do monstro", disse a atriz em uma deposição de agosto de 2016.
Quando perguntada pelos advogados de Depp se já havia, ela mesmo, agredido o então marido, Heard respondeu que "fazia o melhor que podia para se defender" dele. A atriz apontou que Depp é maior e fisicamente mais forte do que ela.
O relato também mostra versões conflituosas dos policiais que apareceram no apartamento pouco após a briga do casal. Segundo a oficial de polícia Melissa Saenz, Heard se recusou a dizer o seu nome, de forma que ela não a reconheceu. Além disso, não havia cacos de vidro no chão, e o rosto da atriz não aparentava hematomas.
Heard disse que não falou com os policiais de forma mais aberta na ocasião por recomendação de seu advogado. Pennington, a amiga da atriz, testemunhou que os policiais viram o dano causado ao apartamento por Depp, e que nada foi limpo antes deles chegarem.
O próprio Depp aparece nos documentos, dizendo em um testemunho que Heard era a pessoa abusiva no relacionamento. Segundo ele, a atriz o deu "dois socos no rosto" na noite de 21 de abril de 2016, quando ele se atrasou para um jantar comemorando o seu aniversário.
Depp e Heard se casaram em 2015 e acabaram se divorciando após dois anos.
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