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Processo de Depp contra ex-advogados pode se misturar com caso contra Amber Heard

12.fev.2014 - Johnny Depp e Amber Heard posam abraçados na première de "3 Days to Kill", em Hollywood - Jason Merritt/Getty Images
12.fev.2014 - Johnny Depp e Amber Heard posam abraçados na première de "3 Days to Kill", em Hollywood Imagem: Jason Merritt/Getty Images

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

07/03/2019 15h47

Os problemas legais de Johnny Depp continuam ficando mais complicados. Durante uma audiência realizada hoje na Corte Superior de Los Angeles, presidida pelo Juiz Terry Green, o processo de difamação de Depp conta a ex-mulher, Amber Heard, se misturou à disputa legal do ator com seus ex-advogados.

O Juiz Green aprovou um pedido dos atuais advogados de Depp para adiar o julgamento neste último caso, em que o ator pede uma indenização de até US$ 30 milhões da firma de Jacob Bloom, que o representou no divórcio com Heard. Antes marcado para maio, o julgamento agora só vai acontecer em 16 de setembro.

O caso de difamação de Depp contra Heard foi citado pelos advogados de defesa de Jacob Bloom. Eles apontaram um trecho do texto do processo em que o ator indica que Bloom o aconselhou mal ao dizer para ele aceitar um acordo milionário para finalizar o divórcio.

Os advogados de Bloom no caso de negligência indicaram que esta nova acusação exige que novas testemunhas sejam ouvidas e evidências sejam produzidas. Eles ainda reiteraram que a nova equipe de advogados de Depp não tem colaborado com o processo, atrasando a entrega de vários documentos.

Na semana passada, Depp processou Heard por escrever um artigo para o jornal "Washington Post" em dezembro, no qual descrevia sua experiência com violência sexual e doméstica. Embora o nome do ator não tenha sido citado, Depp alega que estava subentendido.

O ator também argumenta que o artigo de Heard foi o motivo pelo qual a Disney não o chamou para estrelar a próxima encarnação da franquia "Piratas do Caribe".

A atriz Amber Heard alega que foi agredida por Johnny Depp - Reprodução - Reprodução
A atriz Amber Heard alega que foi agredida por Johnny Depp
Imagem: Reprodução

Relembre o caso

Os depoimentos de Heard e Depp durante o processo de divórcio foram relevados pela primeira vez apenas em janeiro deste ano. A separação foi causada por uma briga em que as tensões do casal explodiram, e Depp supostamente agrediu a mulher dentro do apartamento dos dois.

A gritaria da briga em questão fez com que os seguranças do próprio Depp entrassem no local, convencendo-o a ir embora. Raquel Pennington, uma amiga de Heard, testemunhou que tirou "dúzias de fotos" de hematomas e machucados infligidos por Depp na atriz durante o relacionamento dos dois, incluindo na fatídica noite da separação.

"Johnny e eu nos referimos à sua outra personalidade, a parte dele que está presente quando ele me bate, como 'o monstro'. Há anos usamos este termo. Eu tinha muito medo do monstro", disse a atriz em uma deposição de agosto de 2016.

Quando perguntada pelos advogados de Depp se já havia, ela mesmo, agredido o então marido, Heard respondeu que "fazia o melhor que podia para se defender" dele. A atriz apontou que Depp é maior e fisicamente mais forte do que ela.

O relato também mostra versões conflituosas dos policiais que apareceram no apartamento pouco após a briga do casal. Segundo a oficial de polícia Melissa Saenz, Heard se recusou a dizer o seu nome, de forma que ela não a reconheceu. Além disso, não havia cacos de vidro no chão, e o rosto da atriz não aparentava hematomas.

Heard disse que não falou com os policiais de forma mais aberta na ocasião por recomendação de seu advogado. Pennington, a amiga da atriz, testemunhou que os policiais viram o dano causado ao apartamento por Depp, e que nada foi limpo antes deles chegarem.

O próprio Depp aparece nos documentos, dizendo em um testemunho que Heard era a pessoa abusiva no relacionamento. Segundo ele, a atriz o deu "dois socos no rosto" na noite de 21 de abril de 2016, quando ele se atrasou para um jantar comemorando o seu aniversário.

Depp e Heard se casaram em 2015 e acabaram se divorciando após dois anos.