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Brian May detona críticos "doentes e vingativos" de "Bohemian Rhapsody"

Brian May toca com o Queen na abertura da cerimônia do Oscar 2019 - Kevin Winter/Getty Images
Brian May toca com o Queen na abertura da cerimônia do Oscar 2019 Imagem: Kevin Winter/Getty Images

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

07/03/2019 10h52

O guitarrista do Queen, Brian May, usou o Instagram para detonar mais uma vez os críticos de "Bohemian Rhapsody". May compartilhou um artigo que elogiava o filme, que retrata a trajetória da banda e do vocalista Freddie Mercury, por suas quatro vitórias no Oscar 2019.

O texto, publicado originalmente no "Spectator", é intitulado: "As vitórias de 'Bohemian Rhapsody' no Oscar são um triunfo em cima dos críticos esnobes". O guitarrista do Queen caracterizou a imprensa e os usuários de redes sociais que criticaram o filme como "doentes e vingativos".

"Vocês viram como eu fiquei quieto depois do Oscar, sinalizando o fim da temporada de premiações", disse May na legenda da postagem. "O que realmente aconteceu? Nós abrimos a cerimônia do Oscar de uma forma que nunca foi aberta antes, em uma avalanche de excitação, olhando para uma plateia brilhante que nos aplaudia de pé, contendo muitos dos nossos heróis, que cantavam conosco e davam socos no ar".

"Então, chocantemente, nós acabamos ganhando 4 Oscar -- mais que qualquer outro filme naquela noite. O chefe da produção local veio até mim e apertou minha mão enquanto deixávamos o palco, dizendo que estava na equipe do Oscar há 40 anos, e aquela havia sido a melhor abertura que ele já vira! Um momento adorável", continuou.

"Todo mundo pensaria que, depois disso, nós simplesmente iríamos para as festas sem preocupação nenhuma. Mas eu acho que não sou esse tipo de pessoa. Eu me sinto profundamente grato que o nosso filme sobre Freddie foi reconhecido de uma forma que eu jamais teria a audácia de esperar, mas eu achei a atividade pública ao redor da temporada de premiações, e dos jornalistas nela, muito perturbadora", comentou ainda.

"Se você olhar para a imprensa e para as discussões que invadiram a internet nos últimos meses, você consegue perceber que 90% delas era destinada a descreditar este ou aquele filme, ou todos os filmes, através de insinuações e críticas, ao invés de discutir seus méritos e admirar as habilidades necessárias para produzi-los", criticou a seguir.

"[Essas pessoas agiam] com desonestidade e crueldade, além de óbvias tentativas de envergonhar e influenciar membros [da Academia] a votarem da forma como, em sua arrogância, eles achavam melhor. Não é culpa dos votantes -- eles foram firmes. É culpa da vida pública doente e vingativa que temos. Eu aguentei tudo isso de boca fechada, sem querer influenciar os votantes de premiações de forma alguma", disse ainda.

"No entanto, quando a cortina caiu, eu fiquei com sentimentos confusos. Eles persistiram até que eu li este artigo muito bem pensado e escrito no site 'Spectator'. Corajoso e verdadeiro, e agora eu não preciso falar mais nada. Está tudo aí", completou.

Well, yes. You saw I went very quiet after the Oscars were over, signalling the end of the whole movie awards season. What really happened ? We opened the Academy Awards show in a way it?s NEVER been opened before, in an avalanche of excitement, looking out on an instant standing ovation from a glittering audience containing many of our heroes, all beaming and singing with us and punching the air. We then, shockingly, walked away with 4 Oscars - the top haul of the night. The head of local production came up to me and shook my hand as we left the auditorium. He said ? I?ve been doing the Oscars for 40 years, and that was the best opening we ever had !? A lovely moment. So - everyone assumes that we would then all go forth, deliriously partying with not a care in the world. But I guess I?m not that kind of animal. I was, and I am, deeply grateful for our Freddie film being recognised in a way we never had the audacity to expect. But I found the public activity behind the whole awards season, and the behaviour of the media writers surrounding it, deeply disturbing. If you look at the Press and Internet discussions that took place over the last few months, you can see that 90% of it is aimed at discrediting one or other, or all of the nominated films by innuendo and smears, rather than discussing their merits and admiring the skills that went into making them. Vitriol and dishonesty, and blatant attempts to shame and influence the members into voting the way they, in their arrogance required them to. It?s not the fault of the awards panels - they stood up well. It?s a kind of vindictive sickness that seems to have gripped public life. All through it, I?ve been biting my tongue, not wishing to influence the results of the ballots even by a hair. But, when the curtain came down, I was left with very mixed feelings. They persisted until I read this VERY well thought and well written article in the Spectator. Brave, truthful - and now I don?t have to explain. It?s all here. Keep swiping to see it the whole piece or visit the Guardian https://blogs.spectator.co.uk/2019/02/bohemian-rhapsodys-oscars-win-is-a-triumph-over-snobby-film-critics/ ! Cheers folks. Bri

Uma publicação compartilhada por Brian Harold May (@brianmayforreal) em

As críticas ao filme

"Bohemian Rhapsody" venceu o Oscar nas categorias de melhor ator (Rami Malek), melhor montagem, melhor edição de som e melhor mixagem de som. A única indicação que não produziu uma estatueta para o longa foi justamente em melhor filme, onde acabou perdendo para "Green Book: O Guia".

As críticas à produção vieram de várias frentes. Para alguns fãs do Queen e jornalistas musicais, por exemplo, "Bohemian Rhapsody" fez distorções demais à história da banda, mudando datas e fabricando acontecimentos para tornar a trajetória mais dramática.

Já para membros da comunidade LGBTQ+, o filme falhou em seu retrato de Freddie Mercury. O vocalista, que era bissexual e sofreu com a AIDS nos anos finais da vida, teve sua história suavizada e recortada para produzir um filme "mais família", como o próprio May caracterizou durante a produção.

Por fim, críticas também se concentraram em relação ao diretor do filme, Bryan Singer, acusado por vários homens de abuso sexual quando ainda eram menores de idade. O cineasta foi demitido das filmagens de "Bohemian Rhapsody" duas semanas antes do final, e não foi citado em discursos de agradecimento.