Guitarrista do Queen se desculpa após defender diretor Bryan Singer
Brian May, guitarrista do Queen, foi detonado nas redes sociais, depois de um post em que pareceu defender o diretor Bryan Singer, que trabalhou na maior parte do premiado filme "Bohemian Rhapsody" e foi demitido após polêmicas e hoje enfrenta acusações de abuso sexual. May precisou pedir desculpas ao público pela sua declaração.
"Estou mortificado de descobrir o efeito que minhas palavras produziram", afirmou o guitarrista, no Instagram, na noite de quinta-feira (24).
No dia anterior, ele respondeu a um fã, que sugeriu ao astro parar de seguir Singer nas redes sociais. "Bri, você precisa deixar de seguir Byan Singer depois de tudo o que ele fez. Obrigada", disse a seguidora. E ela teve uma resposta bem menos carinhosa. "Você tem de cuidar da sua vida e parar de me falar o que fazer. E precisa aprender sobre respeito e o fato de que um homem ou mulher são inocentes até que se prove o contrário."
O resultado foi o pedido de desculpas à seguidora que o fez retrucar brutamente e "a qualquer um a quem sem querer ofendi". May seguiu: "Me desculpo pela resposta. Ela foi resultado da minha percepção de que alguém estava me dando ordens do que fazer. Na verdade, você estava tentando me proteger. Eu não tinha ideia de que dizer que alguém é inocente até que se prove o contrário poderia ser interpretado como uma defesa a Bryan Singer. Não foi minha intenção."
May deixou de seguir Singer nas redes sociais depois do caso desta semana. O diretor foi quem iniciou o projeto de "Bohemian Rhapsody", mas foi demitido pela Fox - a alegação naquele momento de que ele não estava mais disponível para acabar a produção do filme. Ele foi substituído por Dexter Fletcher.
Recentemente, Rami Malek, que interpreta Freddie Mercury, disse que não sabia das acusações contra Singer. O diretor nega o assédio sexual e diz que as acusações foram feitas para aproveitar a fama de "Bohemian Rhapsody".
Entenda o caso
O cineasta Bryan Singer enfrenta quatro novas acusações de sexo com menores de idade, publicadas nesta quarta-feira (23) em um artigo do "The Atlantic". A matéria traz o nome de apenas um dos acusadores, Victor Valdovinos.
Valdovinos diz ter trabalhado como figurante no filme "O Aprendiz", dirigido por Singer em 1998. Segundo ele, o cineasta apalpou seus órgãos genitais em um momento das filmagens - o rapaz tinha 15 anos na época.
Os outros três acusadores são identificados por pseudônimos: um deles, Andy, diz que também tinha 15 anos quando fez sexo com Singer; outro, Eric, comenta que tinha 17 quando começou um caso com o cineasta, que na época tinha 31 anos de idade; o terceiro homem, Ben, diz que fez sexo oral em Singer quando tinha "17 ou 18 anos".
"Ele enfiava as mãos nas calças das pessoas e apalpava, sem consentimento", conta o último acusador sobre sua experiência com o cineasta. "Ele era predatório no sentido que dava álcool e drogas para as pessoas, e então fazia sexo com elas".
Singer respondeu ao artigo através de seu advogado, Andrew Bettler, que negou todas as acusações. A matéria foi publicada um dia depois do último filme de Singer, "Bohemian Rhapsody", ser indicado a cinco Oscar, incluindo melhor filme e melhor ator (Rami Malek) - veja a lista completa.
O cineasta foi demitido da produção, graças a atrasos e conflitos com a equipe, duas semanas antes do fim das filmagens. Embora tenha sido substituído por Dexter Fletcher ("Voando Alto"), Singer ficou com o crédito final de direção.
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