Na Flip, Gil lança livro e comemora aprovação de projeto que altera regras para direitos autorais
Durante conversa com jornalistas nesta quinta-feira (4) na Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro, o cantor e compositor Gilberto Gil comemorou a aprovação da PL 129/12, que altera as regras para cobrança de direitos autorais, aprovada na quarta-feira no Senado.
"Era uma demanda que vinha se manifestando cada vez mais forte no meio artístico, no meio criador, produtor de música, literatura, cinema e teatro", disse o ex-ministro da Cultura. "É uma questão que vem sofrendo impactos muito grandes com as transformações contemporâneas, na tecnologia, nos usos que são feitos da criação artística. O que motivou a classe a se mobilizar na direção de uma mudança foram exatamente essas questões. A gente viu uma mobilização inédita acontecendo no meio. Esperamos agora que seja aprovada na Câmara."
Gilberto Gil, que fez o show de abertura da Flip na noite de quarta-feira, também está lançando o livro "Gilberto bem perto", escrito em parceria com Regina Zappa, e participa na tarde desta quinta da mesa "Culturas locais e globais".
Era uma demanda que vinha se manifestando cada vez mais forte no meio artístico, no meio criador, produtor de música, literatura, cinema e teatro. É uma questão que vem sofrendo impactos muito grandes com as transformações contemporâneas, na tecnologia, nos usos que são feitos da criação artística. O que motivou a classe a se mobilizar na direção de uma mudança foram exatamente essas questões.
sobre a aprovação da PL 129/12
Sobre o lançamento, o cantor afirmou que não tinha nenhum interesse em ver sua vida publicada em livro, mas que sabe que há um público que quer saber o que uma figura conhecida há tantos anos tem a contar.
"O livro é resultado do fato de que alguém público por muitos anos chegou à velhice", disse Gil com bom humor. Ao longo da coletiva, tratou a si mesmo várias vezes como "um homem velho" e afirmou que "nunca teve uma memória muito forte".
Gil também comparou o texto final do livro à produção musical. "Eu estranho muita coisa. É como a gravação de uma música. A gente grava e pensa 'aquilo poderia ter sido diferente'. Mas eu gosto do resultado. É um livro em que o visual tem muita importância, as fotos ajudam a contar a história dos períodos".
Momento histórico
O momento político do país foi tratado com naturalidade pelo artista, com o olhar de "homem velho" que já viu o país passar por tantas mudanças. "As mobilizações da sociedade são algo histórico. Acontece pelo mundo todo e está acontecendo mais uma vez no Brasil. Há novas motivações para que as pessoas vão às ruas. Dizem 'sim' a algumas coisas, 'não' a outras, 'talvez' a mais algumas. A gente aprende, ao longo da vida, a não ter resoluções completas sobre coisa nenhuma. Os problemas não se resolvem propriamente. Eles vão sendo resolvidos, mas cada solução de um problema é um novo problema. O homem velho tem essa capacidade de entender que as coisas não chegam ao fim, nada termina".
O baiano, que voltou a falar da ideia da criação de uma espécie de "carnê da Copa" para que pobres e negros possam ir aos jogos de 2014, ainda traçou um paralelo de sua história com a obra de Graciliano Ramos, homenageado da Flip 2013. "Graciliano tem uma proximidade relativamente grande comigo. Passei minha infância na caatinga baiana, onde a paisagem é muito ligada a todo o mundo que interessou à literatura de Graciliano".
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