Na Flip, Gil sugere "carnê da Copa" para pobres irem aos jogos de 2014
Durante o show de abertura da Flip, Gilberto Gil falou sobre futebol, defendeu a Copa no Brasil e sugeriu que se organize uma espécie de crediário para que os pobres possam assistir aos jogos de 2014.
"A gente tem aí um movimento contra a Copa. Eu quero tanto que a Copa seja no Brasil. Sonho com isso desde que tinha oito anos, quando a gente perdeu para o Uruguai", disse Gil, que lembrou, além do Maracanazo de 1950, a seleção que disputou a Copa de 1982.
Gil criticou "o capital" e o "padrão Fifa", e em seguida sugeriu: " Por que as pessoas simples não se organizam pra comprar 20, 30 mil ingressos para esses jogos? Comprar ingressos a preço Fifa e vender a prestações. Se não fizerem, eu vou fazer. Para que os negros possam ir ao estádio. Porque no Brasil os negros ainda estão em classes menos favorecidas", disse Gil, em meio a aplausos e algumas manifestações de tédio por parte do público -- houve alguns "tá bom, tá bom" e até um "toca Raul".
Problemas de som
Depois de duas músicas, Gilberto Gil precisou interromper a apresentação diante das reclamações de som baixo feitas pelo público que ficou de fora da Tenda do Telão.
Em meio à gritaria, Gil perguntou "O que houve? É o som?". Sem entender a resposta, brincou: "Estamos em assembleia. Qual é a queixa? Ou é como as manifestações, tudo difuso?".
Ainda alheio ao pedido, começou a falar sobre os problemas do país: "Temos problemas herdados de...", até ser novamente interrompido por gritos de "Aumenta", dessa vez em alto e bom som.
Entendido o recado, Gil ainda brincou que tinha perguntado se era o som, mas que a resposta não tinha sido clara. Ao pedir para que a produção aumentasse o volume, foi aplaudido pelo público de dentro e de fora da tenda.
Depois de tocar "Domingo no Parque", a terceira canção da noite, se certificou que todos ouviam bem e explicou que o show apresentado nesta noite é experimental, com poucos instrumentos e que o som "não é como vocês estão acostumados".
Gil engatou sucessos seus e de outros artistas. Emocionou jovens e velhos com "Imagine", de John Lennon, ganhando a companhia de um coro dentro e fora da tenda. Vieram na sequência "Expresso 2222" e "Vamos Fugir", quando a plateia que estava em pé já se permitia alguns passos de reggae. O set list teve também "Maracatu Atômico", a mais aplaudida, e fechou com "Não chore mais" ("No woman, no cry").
47 Comentários
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Que fofo, não????? Sugerir que o país cresça, que o povo tenha oportunidades de emprego, isso o cara nao sugere. E aí quer que se dê mais uma esmolinha além das bolsas isso e aquilo. Canta Gil. E deixa a demagogia pros caras lá do Planalto. Você já saiu de lá. O seu negócio é cantar. elisa cristina
Como tem gente sectária e ignorante neste mundo! Qualquer coisa que se fale, até de forma descompromissada, vem uma crítica doentia. Tudo bem, o Lula pode ter jogado fora sua biografia e seus princípios, mas o que tem de mal Gil lançar essa ideia? Ora, monta carnê quem quiser. Será que esses "donos" do Brasil, "os caras", "aqueles que trabalham sozinhos" pelo bem do Brasil, vão pagar a conta também por isso, como vivem chorando. Na verdade, a corrupção do PT veio bem a calhar para esses revanchistas, preconceituosos e canalhas. Eles se martirizam por ver pobres comprando, tendo direitos. Para eles, com mentalidade de senzala, o Brasil-Suíça é que tem direito a assistir a Copa, ir a espetáculos e show (tudo com dinheiro público, diga-se, via lei de incentivo), mas não querem dividir espaço com "gente diferenciada". Ainda bem que "essa gente bronzeada" tem conquistado seu espaço. Não tá bom pra vocês, elitizinha medíocre? Mudem-se para a Suécia!