"Vocês não sabem nada sobre o mundo real. A maior parte de vocês passou menos tempo na escola do que a Greta Thunberg. Se você ganhar um prêmio, suba ao palco, agradeça ao seu agente, agradeça a Deus e dê o fora." O humorista Ricky Gervais, que apresentou na noite de ontem a 77ª edição do Globo de Ouro, disparou contra tudo e contra todos. E seu pedido mais controverso foi esse: que os atores, ao vencer, não usassem o palco para fazer discursos políticos.
A fala de abertura do comediante durou pouco mais de sete minutos e foi recebida com risos nervosos e expressões de incredulidade dos famosos na plateia. Mas, apesar do desconforto, algumas atrizes ousaram levantar questões sociais e políticas ao serem premiadas. A importância do voto, a representatividade feminina e até mesmo a grave situação dos incêndios na Austrália foram citadas.
Michelle Williams, que venceu como melhor atriz pela minissérie Fosse/Verdon, emocionou o público ao falar de como as mulheres precisam transformar comportamentos. Patricia Arquette, premiada pela minissérie The Act, também se posicionou.
Os escândalos sexuais na indústria do cinema também foram lembrados por Gervais, que ainda falou sobre racismo, diversidade e os casos de estrelas que pagaram para que seus filhos entrassem em grandes universidades. "Lembrem-se: são só piadas", fez questão de ressaltar.
Quanto às séries e aos filmes que disputavam os prêmios da noite, Era uma vez em... Hollywood se sagrou como a maior vencedora, levando três estatuetas. A surpresa ficou por conta de 1917, eleito melhor filme de drama. E a decepção foi a Netflix, que teve suas produções e seus atores indicados a 34 prêmios, mas acabou vencendo só dois. Veja a lista completa de vencedores.