A premiação mais sisuda de Hollywood começou a dar provas de que queria mudar em agosto, quando a Academia anunciou medidas que deixariam o evento mais "moderno" e poderiam estancar a queda de audiência. No ano passado, o Oscar foi visto por "apenas" 26,6 milhões de pessoas nos Estados Unidos, o pior resultado desde que a cerimônia começou a ser televisionada (em 2019, a audiência foi de 36 milhões, um crescimento em mais de 14%).
Entre as novidades estava a criação da categoria de "melhor filme popular", que abriria espaço para os blockbusters tradicionalmente ignorados pela Academia. Mas o que seria um filme "popular"? Isso seria definido por orçamento? Arrecadação na bilheteria? Nunca descobrimos: a reação negativa da indústria e do público foi tão forte que a Academia se viu obrigada a voltar atrás.
O mesmo processo se repetiria meses depois, quando surgiu a ideia de cortar os números musicais da cerimônia. Seriam apresentadas "Shallow", do filme "Nasce Uma Estrela"; e "All the Stars", de "Pantera Negra", as duas que tinham intérpretes estrelados: Lady Gaga e Bradley Cooper, e Kendrick Lamar e SZA, respectivamente. A Academia mais uma vez desistiu, mas só depois que Gaga exigiu que as outras músicas concorrentes também tivessem espaço para brilhar na festa.
A Academia não aprendeu nada com o caso e, pouco depois, anunciou que quatro categorias seriam excluídas da transmissão televisiva: fotografia, edição, cabelo e maquiagem, e curta-metragem live-action. A decisão soou desrespeitosa, e nomes como Brad Pitt, Guillermo del Toro e George Clooney protestaram. Mais uma vez, a mudança foi cancelada.