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Presidente da Palmares: Alcione é 'barraqueira' e faz 'música insuportável'

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, em entrevista à imprensa após encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília - Renato Costa/FramePhoto/Folhapress
Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, em entrevista à imprensa após encontro com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília Imagem: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

05/06/2020 09h10

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, definiu Alcione como "barraqueira" e desprezou sua obra em tuíte de resposta a declarações da cantora contra ele. Durante live ao lado da sambista Teresa Cristina, Alcione chamou Camargo de "sem noção": "Eu dou na cara dele".

O presidente da Palmares disse que Alcione precisa "se enxergar", e citou duas artistas negras estrangeiras que admira: a cantora de ópera Jessye Norman e a vocalista de jazz Ella Fitzgerald.

"Admiro Jessye Norman, umas das maiores cantoras de ópera da história da música, não uma barraqueira que incita ao crime e à violência contra um negro que tem opiniões próprias. Desprezo suas declarações, assim como sua insuportável 'música'!", escreveu.

"Posso citar Ella Fitzgerald, soberba cantora de jazz que humilha Alcione como intérprete e como ser humano — nunca mandaria espancar um negro para ver se ele vira gente. Eu passaria o resto da minha vida ouvindo as gravações dela. Não suporto nem 30 segundos da voz de Alcione", ofendeu ainda.

"Em tempo: por que citei estes dois exemplos — Jessye Norman e Ella Fitzgerald? A razão é simples. Por que suas escolhas definem você", completou.

Áudios

A declaração de Alcione veio após o vazamento de áudios em que Camargo ofende praticantes de religiões de matizes africanas e define o movimento negro como "escória maldita", que abriga "vagabundos".

Nas gravações, o presidente da Palmares também cita por nome a mãe de santo Adna dos Santos, chamando-a de "uma filha da puta de uma macumbeira" e dizendo que a Fundação não dará dinheiro para terreiros.

Adna, mais conhecida como Mãe Baiana, fez boletim de ocorrência contra Camargo na Delegacia Especializada em Crimes por Discriminação Racial e Religiosa, que está investigando o presidente da Palmares.