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Regina Duarte teve encontro com Bolsonaro e vai a Brasília na quarta

Reprodução/TV Globo
Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

20/01/2020 14h18

Resumo da notícia

  • Regina Duarte confirmou que teve uma reunião "olho no olho" com Bolsonaro
  • Atriz é nome levantado pelo governo para a secretaria da cultura
  • Roberto Alvim foi exonerado do cargo após discurso que refletia falas de oficial nazista

Regina Duarte teve hoje "uma conversa olho no olho" com o presidente Jair Bolsonaro, sobre a proposta para assumir a secretaria de cultura do governo.

Após a reunião, definida como "produtiva" pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) ao UOL, Duarte vai comparecer a Brasília na próxima quarta-feira para conhecer as instalações da pasta cultural do governo.

"Estamos noivando", disse a artista após o encontro. O termo "noivado" também foi utilizado por Bolsonaro no Twitter, mostrando foto com Duarte e o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, ministro da Secretaria de Governo.

Anteriormente, em uma postagem temática no Instagram sobre o Dia de São Sebastião, ela escreveu: "Nada acontece por acaso. Olha só, querido seguidor, que dia importante para ter sido chamada ao Rio para uma conversa 'olho no olho' do nosso Presidente da República".

"Olha quanta simbologia contém a vida deste homem santo. Tenho sido —e quero continuar sendo— grata à vida por tudo que ela me apresenta. De tudo quero tirar uma lição, um aprendizado. E vambora! Com muito amor no coração", completou.

O nome da atriz global foi levantado como possível substituta de Roberto Alvim, que acabou sendo exonerado após um discurso em que parecia citar Joseph Goebbels, oficial do governo nazista de Adolf Hitler na Alemanha dos anos 1930 e 1940.

Na última sexta-feira, Duarte confirmou que havia recebido uma ligação de Bolsonaro com a proposta. Segundo ela, sua resposta inicial foi que "não estava preparada" para o cargo.

Para abrigar a atriz em seu governo, o presidente Jair Bolsonaro avalia até a recriação do Ministério da Cultura, segundo interlocutores do Planalto. O governo acredita que Regina é muito reconhecida para um status de secretária.

Alguns colegas de profissão têm atacado a indicação de Regina. O ator José de Abreu foi um dos que foi às redes para reclamar."A mulher ideal para participar do governo nazista-homofóbico-miliciano", escreveu ele ao compartilhar uma declaração da atriz em seu Instagram, em que ela diz que Jair Bolsonaro é uma pessoa "doce".

Já a produtora Paula Lavigne declarou que ter Regina Duarte no governo "pode ajudar" a classe artística: "Ela é de direita, mas não é nazista".

Em 2019, na ocasião da nomeação de Alvim, Duarte fez críticas ao secretário.

"Quem me conhece sabe que, se eu pudesse opinar, teria sugerido outro perfil. Alguém com mais experiência em gestão pública e mais agregadora da classe artística", falou.