Regina Duarte lamenta autógrafo perdido de Marilyn Monroe e diz entender o que motiva fãs
Em comemoração a cinco décadas de carreira de Regina Duarte, uma exposição de fotos, figurinos e objetos pessoais da atriz abre na próxima terça-feira (21) no Centro Cultural Correios, no Rio. A mostra, que seguirá em janeiro para São Paulo e deve percorrer outros Estados ainda em 2013 e 2014, é, segundo a própria atriz, dedicada principalmente aos fãs, que um dia lhe deram o título de "namoradinha do Brasil" e por quem tem "uma relação de profundo afeto".
Eu tive um autógrafo da Marilyn Monroe. Não me conformo de ter perdido, era a minha preciosidade
"Faço todo um trabalho de sedução para que o fã permaneça comigo, para que ele vá assistir a minha peça, que veja a novela em que estou trabalhando. Tenho uma relação de profundo afeto com os meus fãs, por isso adoro o título de namoradinha do Brasil, é um sinal desse carinho", comentou a artista, de 65 anos, na apresentação da exposição para a imprensa, na tarde desta sexta (17), no Rio.
Admiradora da atriz americana Marilyn Monroe, Regina disse entender o que motiva um fã. "Eu tive um autógrafo da Marilyn. Não me conformo de ter perdido, era a minha preciosidade", contou ela, aos risos, explicando o porquê sempre faz questão de parar para tirar fotos ou dar autógrafos. "Imagina se um dia eu encontrasse a Marilyn e ela não me atendesse? Eu fica ficar arrasada", opinou a atriz que conseguiu o autógrafo por meio de uma carta enviada à atriz. "Naquela época as revistas vinham com o endereço do artista para que pudéssemos enviar cartas. Eu enviei uma carta para ela e ela respondeu com um autógrafo", relembrou.
Outra maneira que Regina tem para manter seus fãs mais próximos é um Blog e um perfil na rede de compartilhamento de fotos Instagram. "O blog estou há um tempo sem escrever, mas o Instagram se tornou um vício. Quando você vê está tirando foto de copo, de lustre. É um perigo. Cuidado, o Instagram vicia", brincou ela. Além da exposição, a atriz pode ser vista em cartaz no Rio com a peça "Raimunda, Raimunda", no Centro Cultural Banco do Brasil.
Já reservada para uma novela - ainda não definida - no segundo semestre de 2013, Regina afirmou que "adora interpretar heroínas", mas desde a histriônica Clô de "O Astro", ela nutre desejo de fazer personagens "destrutivos".
"Não se fazem mais heroínas como antigamente, as vilãs de hoje são responsáveis pela ação da trama, isso faz com que elas sejam mais atraentes. Hoje em dia eu toparia fazer qualquer coisa, quando era mais nova tinha medo de fazer uma vilã, achava que era uma personagem destrutiva e eu queria fazer personagens construtivas", comparou Regina.
EXPOSIÇÃO E CENTRO CULTURAL HOMENAGEIAM REGINA DUARTE
A exposição "Espelho da Arte - A Atriz e seu Tempo", com curadoria do artistas plástico Ivan Izzo levou três anos para ser organizada. Ivan reuniu mais de 500 fotos desde o primeira peça de teatro estrelada por Regina Duarte, em 61, até seus trabalhos mais recentes na televisão. "Sou fã da Regina desde os cinco anos, acho que devemos preservar a memória do artistas brasileiro e devemos fazer isso enquanto eles estão vivos, produtivos", comentou o curador.
Além das fotografias, dez figurinos de personagens interpretadas por Regina, entrevistas e imagens da atriz durante sua trajetória na teledramaturgia também compõem a mostra que é dividida cronologicamente em décadas, dos anos 50 até os 2000. "No início achei que seria uma viagem muito ególatra minha aceitar essa exposição, mas depois vi a exposição feita para a Elis e me emocionei muito, entendi que é um oportunidade do fã ver minha carreira representada", disse a atriz.
O cenário feito por J.C Serroni é todo sustentável, feito em papelão, e recria cômodos representando os lares brasileiros e sets de filmagens. "A ideia é fazer com que o fã sinta-se em casa, mas ao mesmo tempo dentro do set", comentou Ivan. Para Regina o momento de maior emoção ao revirar seu acervo foi encontrar um vestido azul, de lantejoulas, usado pela viúva Porcina, de "Roque Santeiro".
"Minha mãe vestiu aquele vestido durante um baile de Carnaval no qual eu fui coroada rainha do Carnaval. O cedro me foi entregue pela Dercy Gonçalves. Lembro da minha mãe perguntando se ela deveria vestido aquilo mesmo e eu falei que era Carnaval", lembrou Regina às lágrimas.
Após deixar o Rio, em outubro, "Espelho da Arte - A Atriz e seu Tempo" chegará a São Paulo em janeiro. A exposição deve percorrer outros estados ainda em 2013 e 2014. Ao final, todo o acervo estará exposto em um centro cultural que está sendo criado na cidade de Franca, SP, onde Regina nasceu.
"A vila militar onde nasci possuía sete casas, essas casas foram tombadas e vão se tornar um centro cultural com teatro, cinema, biblioteca, sala de dança, cyber café. O projeto é de um fã meu. A minha casa, onde nasci, em 1947, ficará intacta", contou Regina que por enquanto conserva todo seu acervo em uma chácara de sua propriedade.
O mergulho no passado fez com que a atriz percebesse o quanto trabalhou. "Revirando tudo isso eu vi quanto eu trabalhei, numa época que não tinha celular, com três filhos. Nossa, foi uma loucura, mas uma coisa gostosa, sempre fiz o que quis, tenho muito orgulho de todos os meus trabalho. E também agarrei toda a sorte que eu tive", finalizou.
Serviço
"Espelho da Arte - A Atriz e seu Tempo"
Quando: de 22/8 a 28/10
Onde: Centro Cultural Correios - Rua Visconde de Itaboraí, 20, centro do Rio
Quanto: Entrada Gratuita
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