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La Casa de Papel: 34 milhões de lares já viram a parte 3 na Netflix

Foto de divulgação da terceira parte de La Casa de Papel - Divulgação
Foto de divulgação da terceira parte de La Casa de Papel
Imagem: Divulgação

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

01/08/2019 19h21

A terceira parte de La Casa de Papel foi vista por mais de 34 milhões de lares ao redor do mundo nos sete dias desde sua estreia, no dia 19 de julho - mais especificamente, por 34.355.956, de acordo com dados divulgados em primeira mão pela Netflix ao UOL. Desses lares, 70% terminaram todos os oito episódios da temporada no período.

Foi o melhor desempenho em primeira semana de uma série não falada em inglês. E é um ótimo resultado comparado a outros já divulgados pelas Netflix, notoriamente sigilosa com seus números de audiência. Sex Education e Você, dois sucessos da empresa no início do ano, precisaram de quatro semanas - quase um mês - para atingir a marca dos 40 milhões.

Duas semanas após a estreia da terceira parte, La Casa de Papel continua tendo um bom desempenho entre o público, especialmente na América e na Europa. Segundo a Netflix, a série espanhola tem sido o título mais visto no Brasil nos últimos sete dias.

No mesmo período, a produção permaneceu como a mais assistida também na Espanha, Argentina, Chile, Itália, França, Portugal e Colômbia.

Denver (Jaime Lorente) e Rio (Miguel Herran) na terceira parte de "La Casa de Papel" - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Denver (Jaime Lorente) e Rio (Miguel Herran) na terceira parte de La Casa de Papel
Imagem: Divulgação/Netflix

"Acho que La Casa de Papel é um exemplo claro de como as histórias podem transcender fronteiras", diz ao UOL Diego Avalos, diretor de produções originais na Espanha e na América Latina da Netflix. "Você pode ter histórias de diferentes países, em diferentes línguas, mas quando você tem uma plataforma global, você pode encontrar públicos para seus conteúdos no mundo inteiro".

Questionado sobre o desempenho da série em outros países que não sejam latino-americanos, o executivo afirma que ela encontrou público até em locais mais inusitados: "Vimos La Casa de Papel chegar ao topo da lista de conteúdos mais assistidos em lugares como França e Itália, e também atrair grande público em lugares como a Índia. Até em alguns países na África ela se tornou um dos títulos mais assistidos".

No ano passado, a série criada por Alex Pina já havia batido um recorde importante na Netflix, ao tornar-se a série não falada em inglês mais assistida da plataforma - um título que veio na base de muito boca a boca, com um empurrão do algoritmo que sugere aos assinantes as produções que podem lhe interessar.

"Nossa tecnologia se foca nos gostos, e não na língua do usuário. Pensamos no que o consumidor vai gostar, mais do que na origem daquilo", explica Avalos. "Quando você une histórias diversas com uma plataforma que tem um sistema de personalização, você pode realmente usar isso a seu favor e apresentar coisas que reflitam o gosto da pessoa e que lhe permitam descobrir coisas novas. A primeira parte [de La Casa] entrou sem qualquer ação de marketing e encontrou público porque nossa personalização permitiu que ele fosse encontrado".

O amor do Brasil por La Casa e as séries brasileiras

O Brasil foi um dos países que mais abraçou La Casa de Papel - basta ver os macacões vermelhos que desde o ano passado se tornaram fantasia de Carnaval e as versões musicais que o hino Bella Ciao ganhou. E, segundo Avalos, os brasileiros foram responsáveis por boa parte do boom de seguidores nas redes sociais do elenco da série. Úrsula Corberó (Tóquio), por exemplo, tem 9 milhões de seguidores no Instagram, sendo que em 2017 tinha 600 mil, enquanto Miguel Herrán (Rio) passou de 50 mil em 2017 para 6.2 milhões em 2019.

"Os talentos da série passaram de milhares a milhões de seguidores, e o Brasil tem muito a ver com isso. O Brasil é um país muito social, que realmente abraçou a série e ama falar sobre ela. Me deixa muito orgulho ver que, mais uma vez, as fronteiras não existem quando se fala de ficção".

Investindo cada vez mais em produções internacionais, a Netflix tem dedicado grande atenção àquelas feitas no Brasil. Só nos próximos dois anos, a plataforma irá estrear nada menos do que 30 produções brasileiras, entre séries e filmes estrelados por nomes como Maisa, Larissa Manoela, Marcos Pigossi e Giovanna Lancelotti.

Micheli (Bianca Comparato) e Rafael (Rodolfo Valente) em cena de "3%" - Pedro Saad/Netflix - Pedro Saad/Netflix
3%, com Bianca Comparato, foi a primeira série nacional da Nteflix
Imagem: Pedro Saad/Netflix

Para Avalos, que trabalhou com 3%, a primeira série original nacional, isso se deve às "grandes histórias" produzidas no País. "Nós ficamos cada vez mais apaixonados pelas histórias brasileiras. E vemos que as tramas produzidas no Brasil também viajam internacionalmente. 3% encontrou público nos Estados Unidos e em outros países, o que nos deixa mais animados em relação ao Brasil como comunidade criativa", diz ele, entregando que Coisa Mais Linda, que estreou em março foi "definitivamente abraçada" pela América Latina.

O executivo está animado para Sintonia, série produzida por Kondzilla e com estreia marcada para 9 de agosto. "É um exemplo de uma coisa tão genuína e verdadeira, tão autêntica e brasileira. E ela também está ligada à música e ao público jovem, uma coisa que o Brasil também gosta".

Aliás, segundo Avalos, o mercado local é sempre o primeiro a ser levado em consideração pela Netflix na hora de se produzir uma nova série ou filme. "Precisamos garantir que a história em si seja autêntica, e não só em relação a um país, mas que ela se torne mais específica. Uma história que não seja só do Brasil, mas de São Paulo; e não só de São Paulo, mas da Vila Madalena", explica, citando o bairro boêmio da capital paulista.

Quanto mais específico você se torna, mais humano você se torna. Tudo isso tem a ver com as emoções e ligações humanas, coisas com as quais todos podemos nos identificar. Então, quanto mais específico você é, mais global você se torna com as suas histórias".