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Por que você vai ver cada vez mais séries brasileiras na Netflix

Maria Casadevall, Bianca Comparato, Selton Mello e Paloma Bernardi estrelam séries brasileiras da Netflix - Divulgação e Montagem/UOL
Maria Casadevall, Bianca Comparato, Selton Mello e Paloma Bernardi estrelam séries brasileiras da Netflix
Imagem: Divulgação e Montagem/UOL

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

23/06/2019 04h00

Os primeiros seis meses de 2019 marcaram uma investida sem precedentes da Netflix em relação aos conteúdos originais brasileiros. Quando junho acabar, a gigante do streaming terá lançado cinco séries "made in brazil", entre novas temporadas e atrações completamente inéditas. E não há planos de parar por aí: até 2020, a Netflix trabalhará em nada menos do que 30 produções no País - incluindo aí animações, filmes e (mais) séries.

É o resultado de um trabalho que começou de forma tímida em 2016, com a estreia da ficção científica 3%. A série criada por Pedro Aguilera e estrelada por Bianca Comparato deu o que falar aqui e no exterior, e conquistou uma audiência cativa - tanto que chegou, em maio, a sua terceira temporada. A ela, se seguiram o drama O Mecanismo, baseado na Operação Lava Jato; a sitcom Samantha; e Vai Anitta, uma docusérie sobre a cantora brasileira.

Para dar o pontapé em 2019, a Netflix elegeu seu primeiro drama de época: Coisa Mais Linda, que trouxe o Rio de Janeiro dos anos 1960 como pano de fundo para uma trama que mistura empoderamento feminino e bossa nova. E agora, no dia 28, a plataforma estreia a inédita O Escolhido, um suspense sobrenatural calcado nos mitos do nosso Pantanal.

Estão previstas para estrear ainda este ano as séries Sintonia, parceria com o produtor e diretor Kondzilla, e Irmandade, drama centrado em uma facção criminosa.

"O Brasil é um mercado muito rico, muito dinâmico, e queremos investir cada vez mais. Estamos aqui com essa proposta e esse compromisso", disse ao UOL Maria Angela de Jesus, diretora de produções originais da Netflix no Brasil. "É um volume muito grande, mas a gente confia muito na força das histórias brasileiras, na força da nossa cultura e da nossa cor local, é isso que atrai o público em toda parte do mundo".

A expansão no Brasil, explicou a executiva, está alinhada a uma estratégia global da empresa, que viu séries como Kingdom (Coréia do Sul), Dark (Alemanha) e La Casa de Papel (Espanha) extrapolarem os seus países de origem para se tornarem fenômenos internacionais.

"O público busca produções internacionais, busca esse olhar sobre outros locais, buscar esse olhar que traz histórias de tudo quanto é parte do mundo. Foi muito legal 3% comprovar isso, a série estreou e teve 50% da sua audiência vinda justamente de outros países, como Canadá, França e Itália. É bacana comprovar que havia de fato essa curiosidade, esse interesse pelas histórias, não importa de onde elas venham".

Talentos de primeira linha

Na expansão do seu catálogo nacional, a Netflix arrebanhou talentos já conhecidos do público - seja na frente ou atrás das câmeras. O Mecanismo foi criada por José Padilha (Tropa de Elite) e tem como protagonista Selton Mello; Coisa Mais Linda trouxe Maria Casadevall, Fernanda Vasconcellos, Mel Lisboa e Pathy DeJesus; já O Escolhido tem Paloma Bernardi como sua grande estrela.

As próximas produções da casa trarão ainda mais rostos conhecidos do público brasileiro: Maisa, Larissa Manoela, Fábio Porchat, Giovanna Lancellotti e até Sabrina Sato irão aparecer na plataforma. Marco Pigossi, que atuou na australiana Tidelands, será o protagonista de Cidades Invisíveis, de Carlos Saldanha (A Era do Gelo).

O assédio da Netflix aos atores chegou a provocar ciumeira na Globo, segundo o site Notícias da TV, parceiro do UOL - especialmente após a decisão de Pigossi, então um dos grandes galãs da emissora, de não renovar seu contrato. Maria Angela de Jesus acredita, no entanto, que o mercado brasileiro tem espaço para todos.

"Acho que temos talento suficiente para todo mundo aqui no Brasil; a gente tem é que descobrir os novos e buscar talentos que estão aí e que querem fazer, querem acontecer, querem trabalhar conosco", afirmou. "No final das contas, isso vai ser bom para os nossos membros, vai ser bom para público, vai ser bom para o consumidor que vai ganhar mais e mais histórias".