Topo

Twenty One Pilots vai para a galera, encena teatro pop e conquista o Lolla

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

07/04/2019 20h57

O duo Twenty One Pilots fechou o palco Ônix desta edição do Lollapalooza Brasil 2019, em São Paulo, com sua marca registrada: diversidade sonora para a multidão que esperava o show desde 2016, quando o duo se apresentou no mesmo festival.

Os fãs do grupo chegaram cedo e a caráter para comemorar o retorno do cantor Tyler Joseph e do baterista Josh Dun, que não decepcionaram e montaram um show teatral pop para a ocasião.

Teatro de arena

Começo do show. Sobem as luzes e cortinas levantadas para o espetáculo. No palco, Josh entra em cena com um tocha se apresentando para o público até tomar sua posição na bateria. Tyler, enquanto isso, está em cima de um carro pegando fogo. Ele desce e chega perto do microfone para delírio da galera.

Se no ato 1 eles tocaram mascarados, a segunda parte contou com Tyler trocando de roupa, ostentando óculos de sol brancos e uma jaqueta estampada. O baterista também abandonou a bandana cobrindo o rosto, tirou a camiseta e o espetáculo seguiu.

A mudança de roupas seguiu até o final do show, tirando do armário ainda jaqueta de esqueleto, uma das marcas do Twenty One Pilots. O teatro a céu aberto ainda foi completo com telões e jogos de luzes, que se adequavam conforme os hits "Stressed Out", "Ride" e "Heathens".

Houve tempo até para uma batalha de bateria entre Josh e... Josh. Um gravado no telão e outro destruindo as baquetas no palco.

É rock, pop, hip-hop e o que você quiser

O duo ficou conhecido principalmente pelos refrães puxados pelo pop, mas a influência é abrangente. A bateria de Josh ora trabalha com raiva, ora traz batidas delicadas, depende do que Tyler está cantando. Este por sinal incorpora diversas personas. Passa do hip-hop ao rap rock quebrando o tempo da música, tira um ukelelê para resgatar o folk e encerra com uma batida mais rápida. O auxílio de batidas eletrônicas deixa o som mais moderno e amplia a reunião de estilos do grupo.

Eu vou é para a galera!

Enquanto Josh marca o tempo, Tyler tem espaço para fazer suas estripulias. Ele caminha de um lado para o outro do palco, sobe no carro do cenário, toca teclado e vai para a galera.

O vocalista se jogou no público e pediu para que segurassem seus pés, se equilibrando para cantar o mais perto possível dos fãs. Depois, o vocalista escalou (sem proteção nenhuma) a estrutura de som para ter uma visão da galera. E ele não foi o único a se jogar de cabeça. Uma estrutura foi montada para que a bateria de Josh ficasse por cima do público, e foi a vez dele se divertir um pouco nos braços da plateia.

Energia sobrando no final do Lolla

"Obrigado. Gostaria de apresentar o seu baterista favorito, pelo menos pelas próximas horas", disse Tyler, em português carregado com sotaque, para apresentar o parceiro. "Essa é a nossa segunda vez no Brasil. Primeiro tocamos quando ainda estava sol, então devemos isso a vocês".

Entusiasmado, o vocalista combinou um grito com os fãs. 1,2,3... e a resposta não foi a esperada. "Na Argentina foi melhor", disse Tyler, pregando uma peça na galera. Funcionou. 1,2,3... e um urro veio do Palco Ônix. "Ok, vocês ganharam", brincou na sequência dando risada.

O show foi tudo aquilo que os fãs estavam esperando, apesar de não conter muitas surpresas. Até quem conhecia só as faixas mais radiofônicas do Twenty One Pilots comprou a ideia e rumou para ver Kendrick Lamar apenas faltando poucos minutos para o fim.