Stephen King "não viu problema" em mudança polêmica no novo "Cemitério Maldito"
ATENÇÃO: Spoilers da nova versão de "Cemitério Maldito" a seguir. Não leia se não quiser saber o que acontece.
Após o lançamento do segundo trailer de "Cemitério Maldito", nova adaptação do clássico livro de 1983 de Stephen King, os fãs do autor ficaram chocados com uma mudança drástica feita pelos diretores Kevin Kölsch e Dennis Widmyer na trama clássica. O filme tem estreia marcada para 9 de maio.
Tanto no livro de King quanto na primeira adaptação, lançada em 1989 e dirigida por Mary Lambert, o casal principal da trama perdia o filho mais novo, Gage, em um acidente na estrada perto de sua casa no interior dos EUA.
No novo longa, quem sofre o acidente é a irmã mais velha de Gage, Ellie (interpretada por Jeté Laurence). Assim como ocorre com Gage nas versões anteriores, ela é enterrada no "Cemitério Maldito" do título e volta à vida para assombrar os pais.
Após os cineastas explicarem seus motivos para a mudança, o próprio King defendeu a decisão em entrevista à revista "Entertainment Weekly". "Eles fizeram um bom trabalho. Eu vi algumas das reações on-line quando eles revelaram a mudança, e eu fiquei pensando: 'Essas pessoas são doidas'", brincou o escritor.
"Você pode pegar várias estradas diferentes para chegar a uma cidade, mas no fim das contas chegará à mesma cidade! Entende o que eu estou dizendo?", refletiu ainda. "Não fez diferença para mim. Eu entendi por que eles fizeram isso, é mais fácil filmar uma garota mais velha como zumbi do que um bebê".
"Minha ideia é sempre: 'Se funciona, tudo bem. Se não funciona, Jesus, por que você mudou?'. Eu vi algumas mudanças feitas a obras minhas que eu joguei as mãos para cima e disse: 'Por quê? Você tinha um livro, um mapa para esta história que poderia seguir'", comentou.
"História real"
King ainda comentou sobre a relação conflituosa que nutre com "Cemitério Maldito" desde o seu lançamento. O autor confirmou rumores de que estava decidido a nunca publicar o livro após finalizá-lo e relê-lo, mas que um contrato com uma editora o obrigou a mudar seus planos.
"Eu me diverti muito escrevendo, mas então acabei. Daí, quando fui ler, só consegui pensar: 'Isso aqui é terrível. É realmente horroroso'. Não acho que ele seja mal escrito, necessariamente. Mas ele fala muito sobre morte de crianças, e isso é muito próximo de mim, porque eu tenho filhos", esclareceu King.
"Tudo naquele livro, menos a morte de Gage e a parte sobrenatural, é verdade", revelou ainda. King, assim como o protagonista do livro, se mudou com sua família por um tempo para um casarão à beira de uma estrada movimentada no Maine, estado norte-americano onde o escritor vive até hoje.
Lá, a família do autor perdeu um animal de estimação, um gato chamado Smucky. Assim como o gato Church do livro, ele foi atropelado na estrada próxima à casa e enterrado em um "cemitério para pets" que existia na floresta que cercava o local.
Pouco depois, o filho de King, Owen, foi visto andando perto demais da estrada. Embora o casal tenha conseguido alertar o filho antes de algo grave acontecer, no livro o pequeno Gage acaba também sendo atropelado.
"Sempre que eu leio 'Cemitério Maldito' hoje em dia, penso: 'Há muito luto neste livro'. É horrível", completou King.
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