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"O Grande Circo Místico" chega aos cinemas 2 meses após indicação do Brasil ao Oscar

Jesuíta Barbosa em cena de "O Grande Circo Místico" - Divulgação
Jesuíta Barbosa em cena de "O Grande Circo Místico" Imagem: Divulgação

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

15/11/2018 04h00

Dois meses depois de ser escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar de filme estrangeiro, "O Grande Circo Místico" finalmente chega aos cinemas a partir desta quinta-feira (15). O drama épico, que fez sua estreia mundial em maio no Festival de Cannes, também foi exibido em eventos brasileiros, como Gramado, Mostra de Cinema de SP e Festival do Rio.

O Grande Circo Místico - Bruna Linzmeyer - Divulgação - Divulgação
Bruna Linzmeyer em cena de "O Grande Circo Místico"
Imagem: Divulgação

"O Grande Circo Místico", que quebra um jejum de 12 anos de Cacá Diegues na direção, é baseado no poema do escritor Jorge de Lima (1893-1953), e fala das desventuras dos membros de uma companhia circense. O mesmo texto já havia inspirado, no início dos anos 1980, o espetáculo de dança de Naum Alves de Souza e um álbum musical homônimo de Chico Buarque e Edu Lobo. Algumas canções famosas da dupla, como "Beatriz", "A História de LilyBraun" e "Ciranda da Bailarina", foram incorporadas ao longa.

Em tom de fantasia lírica, o filme segue um jovem rico (Rafael Lozano) que se apaixona por uma performer de show de variedades (Bruna Linzmeyer). Para provar seu amor, dá de presente um circo à amada, onde ela possa se apresentar. Um mestre-de-cerimônias chamado Celavi (Jesuíta Barbosa) se encarrega de narrar a história da trupe ao longo de mais de cem anos.

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Brasil no Oscar

A escolha de "O Grande Circo Místico” para representar o Brasil na disputa pela indicação ao Oscar foi feita em setembro pela Academia Brasileira de Cinema. Na ocasião, seus integrantes celebraram a decisão. "O mundo está precisando de poesia e magia e o filme do Cacá vai trazer isso pra nós: brasilidade, música e alegria. Pensamos que foi uma boa escolha", disse Lucy Barreto.

Esta é a sétima vez que Cacá Diegues é escolhido para representar o Brasil na premiação. A primeira vez ocorreu em 1977 com "Xica da Silva", depois ele voltou a ser chamado em 1980 com "Bye Bye Brasil", em 1987 com "Um Trem Para as Estrelas", em 1989 com "Dias Melhores Virão", em 1997 com "Tieta do Agreste", e em 2000 com "Orfeu".

A indicação de "O Grande Circo Místico" não significa que o Brasil está garantido na cerimônia do Oscar, no dia 24 de fevereiro, em Hollywood. Antes disso, em dezembro, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos anunciará uma lista com os pré-finalistas, que geralmente varia entre nove e dez títulos. A lista final com os cinco indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro será revelada no dia 22 de janeiro. Caso o Brasil chegue até este ponto, aí sim, o filme terá chances reais de ganhar o Oscar.

Diversos filmes brasileiros já foram indicados ao Oscar mas, na categoria de melhor filme estrangeiro, apenas quatro produções entraram na disputa: "O Pagador de Promessas" (1963), "O Quatrilho" (1996), "O Que é Isso Companheiro?" (1998) e "Central do Brasil" (1999). No ano passado, "Bingo: O Rei das Manhãs" foi o escolhido pelo Brasil, mas não conseguiu ser indicado.