Topo

Após pressão de Prefeitura, PM cancela coletiva sobre Virada; comandante nega crise

Thiago Azanha

Do UOL, em São Paulo

19/05/2013 13h53Atualizada em 19/05/2013 17h23

Após ser pressionada pela Prefeitura de São Paulo, a Polícia Militar cancelou uma entrevista coletiva sobre a segurança na Virada Cultural 2013 que estava prevista para o início da tarde deste domingo (19). Segundo o UOL apurou, representantes da administração municipal ficaram irritados após saberem que a PM daria declarações a repórteres sem conversar com a organização do evento. A coletiva oficial será feita às 17h30 pelo organizadores da Virada.

O tenente-coronel Marcelo da Silva Pignatari, comandante da operação de segurança na Virada, negou que haja qualquer crise entre PM e Prefeitura. "Desconheço qualquer problema", afirmou.

Sem citar números, Pignatari negou ainda que o número de ocorrências policiais no evento tenha sido maior do que o registrado no ano passado, mas admitiu que a quantidade de mortes pode superar a da edição anterior. A Polícia Civil confirmou dois casos de morte na Virada na madrugada deste domingo. Um homem de 19 anos morreu vítima de latrocínio e um outro rapaz, de 19, de overdose.

O tenente-coronel rebateu ainda acusações de que a PM teria sido negligente em casos de roubos e arrastões, ao assistir a ocorrências sem fazer nada. Ele explicou que os policiais são obrigados a ficarem em, pelo menos, duas pessoas em bases móveis e viatura. "Eles não podem sair de lá em hipótese alguma", disse ao repórter do UOL.

Durante a madrugada houve relatos de que a PM estaria atuando com inércia diante de atos de violência durante o evento. Especulações davam conta de que a atitude da polícia --ligada ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB)-- seria para colocar em cheque um evento grande da gestão de Fernando Haddad, que é do PT --ainda que a Virada Cultural tenha sido criada na administração do tucano José Serra, em 2005.

Virada violenta
Mais cedo, policiais que não quiseram se identificar afirmaram ao UOL que esta foi a edição mais violenta da Virada. Segundo eles, não se esperava um número tão grande de ocorrências.

A reportagem percorreu diversos pontos da Virada Cultural na madrugada deste domingo e também registrou inúmeros relatos de roubos de celular e arrastões violentos. Por volta da 1h30, uma das saídas da estação República chegou a ser fechada por conta de uma briga nas proximidades.

Nas redes sociais, a falta de segurança também foi assunto na página principal do evento no Facebook. "Estou com medo. Vi de perto arrastão", disse um internauta. "É o quinto ano que eu vou e o último, porque essa foi uma Virada realmente assustadora. Seis baleados, gente esfaqueada e até o Eduardo Suplicy foi roubado", disse outra pessoa, referindo-se ao senador do PT que foi furtado durante show de Daniela Mercury no palco Júlio Prestes.

147 Comentários

Essa discussão está encerrada

Não é possivel enviar novos comentários.

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.

Ana Flores

Eu acho que ou se muda o conceito de segurança para proteger os frequentadores de uma forma sadia, ou se encerra esse evento por falta de segurança, o que na minha concepção é vergonhoso o que assistimos, a noite toda sirene sem parar por toda a região central, parecia uma guerra, o que é isso autoridades? Sinto vergonha diante da mídia internacional divulgar esses vexames que se chamam de segurança, imaginam na Copa, o que pode ter de resultado?

Izilda Pomelli

Participo da Virada desde sua inauguração feita pelo ex- prefeito Jose Serra e mantida depois por Kassab em 2005, nunca presenciei violencia e sempre achei o máximo da comunhão, tanta gente junta, de varios niveis sociais, sem indice grande de violencia, mas agora sou testemunha, poucos policiais, ruas mal iluminadas, uma delas no viaduto do chá, teatro municipal, não entendi o porque disso, sempre foi tudo muitobem iluminado, e sempre um numero grande de policiais, até de arrastão eu corri, e nao era dos nóias da Cracolandai não, era de marmanjos e adoslescentes bem vestidos e unidos num grupo de mais de 50.....só correndo, queria saber o responsavel pelo pouco policiamento e falta de iluminação......resultado......violencia, claro, quem esperava o contrario, mesmo assim, estarei presente na próxima

publicidade