Após pressão de Prefeitura, PM cancela coletiva sobre Virada; comandante nega crise
Após ser pressionada pela Prefeitura de São Paulo, a Polícia Militar cancelou uma entrevista coletiva sobre a segurança na Virada Cultural 2013 que estava prevista para o início da tarde deste domingo (19). Segundo o UOL apurou, representantes da administração municipal ficaram irritados após saberem que a PM daria declarações a repórteres sem conversar com a organização do evento. A coletiva oficial será feita às 17h30 pelo organizadores da Virada.
O tenente-coronel Marcelo da Silva Pignatari, comandante da operação de segurança na Virada, negou que haja qualquer crise entre PM e Prefeitura. "Desconheço qualquer problema", afirmou.
Sem citar números, Pignatari negou ainda que o número de ocorrências policiais no evento tenha sido maior do que o registrado no ano passado, mas admitiu que a quantidade de mortes pode superar a da edição anterior. A Polícia Civil confirmou dois casos de morte na Virada na madrugada deste domingo. Um homem de 19 anos morreu vítima de latrocínio e um outro rapaz, de 19, de overdose.
O tenente-coronel rebateu ainda acusações de que a PM teria sido negligente em casos de roubos e arrastões, ao assistir a ocorrências sem fazer nada. Ele explicou que os policiais são obrigados a ficarem em, pelo menos, duas pessoas em bases móveis e viatura. "Eles não podem sair de lá em hipótese alguma", disse ao repórter do UOL.
Durante a madrugada houve relatos de que a PM estaria atuando com inércia diante de atos de violência durante o evento. Especulações davam conta de que a atitude da polícia --ligada ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB)-- seria para colocar em cheque um evento grande da gestão de Fernando Haddad, que é do PT --ainda que a Virada Cultural tenha sido criada na administração do tucano José Serra, em 2005.
Virada violenta
Mais cedo, policiais que não quiseram se identificar afirmaram ao UOL que esta foi a edição mais violenta da Virada. Segundo eles, não se esperava um número tão grande de ocorrências.
A reportagem percorreu diversos pontos da Virada Cultural na madrugada deste domingo e também registrou inúmeros relatos de roubos de celular e arrastões violentos. Por volta da 1h30, uma das saídas da estação República chegou a ser fechada por conta de uma briga nas proximidades.
Nas redes sociais, a falta de segurança também foi assunto na página principal do evento no Facebook. "Estou com medo. Vi de perto arrastão", disse um internauta. "É o quinto ano que eu vou e o último, porque essa foi uma Virada realmente assustadora. Seis baleados, gente esfaqueada e até o Eduardo Suplicy foi roubado", disse outra pessoa, referindo-se ao senador do PT que foi furtado durante show de Daniela Mercury no palco Júlio Prestes.
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