Flip 2012 termina neste domingo com recorde de público; veja os altos e baixos da festa
A décima edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) chega ao final neste domingo (8), com recorde de público (estimado em 25 mil pessoas), e a reportagem do UOL faz um balanço da festa, que trouxe nomes como Ian McEwan, Jonathan Franzen e Enrique Vila-Matas e homenageou o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Veja cinco acertos --os "flips"-- e cinco pontos que decepcionaram --os "flops".
Flips
- Estrutura: Organização, qualidade dos banheiros e a disposição do espaço agradaram a maioria do público da Flip deste ano. O fato das tendas estarem alinhadas e fora do centro histórico pelo segundo ano facilitou a organização e a circulação das pessoas.
- Homenagem a Drummond: O homenageado da 10ª edição foi bem representado em todas as mesas, com leitura de seus poemas mais famosos. Alguns deles foram declamados em inglês, árabe e russo, ganhando uma cara diferente e servindo de apresentação do poeta aos visitantes estrangeiros.
- Programação: O público também encontrou eventos importantes fora da tenda principal. Na Casa da Cultura, por exemplo, Ruy Castro falou sobre jornalismo literário e João Ubaldo Ribeiro e Walcyr Carrasco falaram sobre Jorge Amado. Na Casa Folha, o americano de origem nigeriana Teju Cole conversou sobre Drummond e preconceito no Brasil.
- Troféu simpatia: Um dos principais objetivos da Flip é aproximar leitor e autor, mas alguns escritores foram além das sessões de autógrafos. Luis Fernando Verissimo e Ian McEwan foram vistos várias vezes tirando fotos com fãs nas ruas da cidade histórica. Zuenir Ventura e Jennifer Egan esbanjaram elegância e bom humor nas mesas e em entrevistas. Já Angeli, Laerte, Jackie Kay, Fabrício Carpinejar, Hanif Kureish e Gary Shteyngart se mostraram próximos do público ao tratar de temas como os limites do humor, fingimento do orgasmo e sátira.
- Novas caras: A programação deste ano trouxe nomes pouco conhecidos do público e que acabaram agradando, como Alejandro Zambra, Stephen Greenblatt, Teju Cole, Jackie Kay e Gary Shteyngart. A escolha da Flip para o anúncio dos 20 jovens escritores brasileiros selecionados pela revista “Granta” reforça este panorama.
Flops
- Ausência: O escritor francês Jean-Marie Gustave Le Clézio, único Nobel de Literatura entre os convidados desta edição, cancelou sua participação a uma semana do evento, alegando problemas de saúde. Sua palestra foi substituída pela mesa do espanhol Enrique Vila-Matas, que já havia participado de mesa ao lado do chileno Alejandro Zambra e não lotou a Tenda dos Autores.
- Abertura: Os escritores Antônio Cícero e Silviano Santiago abusaram de termos acadêmicos para falar da vida de Carlos Drummond de Andrade na abertura da festa, na quarta-feira (4). O que deveria ser uma introdução rica e diversa ao poeta transformou-se em uma aula de difícil entendimento.
- Tradução: Em algumas mesas da Flip, a tradução simultânea falhou ao deixar de fora importantes falas dos autores convidados, especialmente no caso dos espanhóis. Outra reclamação recorrente do público é que muitas a essência da fala se perdeu.
- Jonathan Franzen: Um dos principais convidados da festa, o escritor norte-americano escapou de perguntas durante as entrevistas e a mesa do qual era o único participante. Ele também parecia estar mais interessado em falar sobre sua admiração por pássaros do que sobre assuntos frequentes em suas obras, como classe média americana e política.
- A hora da fome: A Flip chega a sua décima edição sem ter melhorado quase nada em ao menos um aspecto: a alimentação. Preços altos, serviço ruim, poucas opções, longa espera por lugares e pelos pratos foram as dificuldades enfrentadas por grande parte dos visitantes.
2 Comentários
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Bom restaurante em Paraty é o que não falta. Fila é normal em qualquer lugar que se vá na alta temporada. Falta é paciência e educação aos visitantes. A Flip não é perfeita mas seus organizadores têm se empenhado em melhorá-la todos os anos. Espero que, como tudo que tem valor nesse país, não acabe por causa de críticas dos frequentadores. Falta é educação ao povo mesmo. Gente fazendo comentários em voz alta na tenda dos autores como se estivessem em sala de aula e etc. Só questiono as entradas preferenciais de idosos, deficientes e pessoas com credenciais. Preferência na fila para idosos sim, esperar todos eles entrarem para os demais poderem entrar não! Senti falta de uma exposição na tenda ao poeta homenageado a exemplo do que foi feito com o Oswald ano passado. No mais, tudo maravilhoso! Amo a Flip! parabéns aos organizadores, aos autores convidados (em sua maioria super bem humorados), as casas parceiras... Até ano que vem.
Por falta de espaço na agenda, fui na FLIP apenas no domingo e concordo com a questão da falta de estrutura gastronomica da cidade.Foi quase impossível encontrar um bom restaurante para comer. Quando encontrei não havia mesas livres. Esperei e para meu azar, o prato escolhido demorou mais de meia hora, veio mal feito e era caríssimo para o que foi me dado. Uma pena...