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Ator de "Deuses Americanos" diz que série poderá ter 5 temporadas

Felipe Branco Cruz

Do UOL, em São Paulo

11/03/2019 04h00

Atenção: não leia se não quiser saber spoilers sobre o livro e a segunda temporada de "Deuses Americanos"

A produção da segunda temporada da série "American Gods" deixou os fãs apreensivos. As filmagens atrasaram, showrunners foram demitidos e algumas atrizes não renovaram o contrato. Mesmo com tantos problemas, a produção seguiu adiante. Nesta segunda-feira (11), finalmente a segunda temporada estreia no serviço de streaming Amazon Prime Video.

O ator Ricky Whittle, que interpreta o personagem principal Shadow Moon, não se abalou com nenhum desses problemas e acredita que a série terá uma longa vida. O artista revelou ao UOL que uma terceira temporada já está prevista e, se depender de Neil Gaiman (autor do livro que deu origem à série), ela terá até cinco temporadas. Além disso, Whittle não descarta um spinoff sobre o personagem Anansi, que é retratado em outro livro de Gaiman, "Os Filhos de Anansi".

"De repente, pode rolar um spinoff [sobre o personagem]. Nunca se sabe. Orlando Jones, que interpreta Mr. Nancy, é um dos melhores atores desta geração e quanto mais tempo em cena mais ele poderá mostrar seu talento", afirmou o ator.

Mr. Nancy em cena da segunda temporada de Deuses Americanos - Divulgação - Divulgação
Mr. Nancy em cena da segunda temporada de "American Gods"
Imagem: Divulgação

Sem crise

Ricky Whittle afirmou que não houve dificuldade por parte do elenco com as mudanças de showrunners. "Somos atores e seguimos o roteiro. Mas, tivemos a sorte de trabalhar com um elenco incrível. O Bryan Fuller e o Michael Green criaram uma incrível base que ajudou a definir os rumos da série. Foram eles que deram o tom dos personagens. Então, não importa se o novo showrunner é o Jesse Alexander ou qualquer outro. Nós já conhecemos nossos personagens", explicou.

"O que precisamos saber é a história que será contada. Na minha opinião, a consistência entre a primeira e a segunda temporada foi mantida por Chris Byrne, que fez a produção executiva. É dele a visão, a crença e a paixão pelo programa. Ele conhece o livro como ninguém".

O otimismo de Ricky Whittle com a longevidade da série também ficou evidente quando ele falou dos fatos que só aconteceriam em uma hipotética quinta temporada. "Para Neil Gaiman, seriam necessárias cinco temporadas para contar todo o livro", explica Whittle. "Por isso, a tão aguardada batalha de Rock City entre os deuses novos e antigos só seria mostrada no final", apontou.

"House On The Rock"

Enquanto isso não acontece, Whittle adiantou que o primeiro episódio da segunda temporada terá o encontro dos deuses antigos no museu House On The Rock, no Wisconsin, nos Estados Unidos.

"Da funerária do sr. Íbis, vamos para o House On The Rock. O lugar é insano. Tem um salão com uma réplica de uma baleia azul em tamanho real sendo atacada por uma lula gigante. Precisamos de vários minutos só para contorná-la. Você fica imaginando porque construíram um museu deste tipo no meio do nada, no meio do Wisconsin. Recomendo que todos o visitem uma vez na vida", contou.

A premissa de "American Gods" é a de que deuses existem enquanto alguém acreditar neles. Whittle também acredita nisso.

"Hoje qualquer coisa pode ser uma divindade. Até as fake news", afirmou. "Especialmente nos Estados Unidos, que está sendo comandado pelo medo, acho que as redes sociais e as notícias falsas são tipos de 'deuses' bastante presentes. Pela mídia você pode mentir, falar a verdade, ter positividade e negatividade. Todas as opiniões das pessoas e crenças ganham voz. Infelizmente, as pessoas estão usando essa força para a corrupção e negatividade".

Mad Sweeney e Laura Moon em cena da segunda temporada de "American Gods" - Divulgação - Divulgação
Mad Sweeney e Laura Moon em cena da segunda temporada de "American Gods"
Imagem: Divulgação

Cenas polêmicas

Na primeira temporada, a série causou polêmica com uma cena de sexo gay entre dois muçulmanos. Sobre ela, Whittle disse que ficou impressionado que algo como isso tenha causado tanta controvérsia.

"Tentamos mostrar o mundo como ele é. É impressionante que uma cena de sexo gay entre muçulmanos nunca tenha sido mostrada na TV. Mas não deveria ser o caso. Estamos em 2018 e isso é normal. Neil Gaiman é um cara que pensa a frente. Ele está dando voz para todos e eu fico muito orgulhoso disso".

Os personagens Salim e Jinn que protagonizaram uma cena de sexo gay - Divulgação - Divulgação
Os personagens Salim e Jinn que protagonizaram uma cena de sexo gay
Imagem: Divulgação