O show do BTS será a festa de 15 anos de Brenda, filha de Lidi Betania Santos, de Salvador. A baiana de 38 anos, que está desempregada, acionou toda a família para juntar a verba e levar a aniversariante e a filha mais nova, Rute, de 11 anos, para São Paulo. Só de ingressos e passagem para as três, foram R$ 3.850. Fora os gastos extras para passar uma semana inteira na cidade.
"Mãe faz de tudo para os filhos. Foi um pau danado eu desempregada para sair de Salvador e ainda trazer as duas. Os gastos triplicam. Mas vai valer a pena por minhas filhas", admite Lidi, que deixou as meninas na casa de um irmão e acampa sozinha para conseguir um bom lugar para elas no show.
"Fizemos uma vaquinha com toda a família e os amigos. Primeiro rolou uma campanha pelo Facebook, e as pessoas mais próximas da família foram depositando. Estamos nos programando desde que anunciaram, em fevereiro. Em março conseguimos a primeira parte do dinheiro e compramos as passagens. Mas eram da Avianca", relembra sobre o primeiro problema da viagem.
Pensa no estresse para chegar aqui. Tinha que ir de três em três dias no aeroporto de Salvador para saber como a gente viria para cá. Até então estava tudo cancelado. E o voo estava agendado para 18 de maio, justamente o dia em que a minha filha fez 15 anos. O voo foi cancelado e as meninas só choravam no aeroporto. Nos remanejaram para um voo que desceria em Congonhas e nós viemos.
Para garantir que chegaria com as filhas a São Paulo, Lidi resolveu ficar no aeroporto. "Chegamos lá quinta-feira sete da noite e ficamos até sábado 5 da manhã, quando embarcamos. Já acampamos desde o aeroporto de Salvador. Aqui é o nosso segundo acampamento."
O amor da família pelo BTS começou pela filha mais nova, de 11 anos, que contaminou a irmã mais velha, a mãe e até o pai, que apesar de ter bancado parte da viagem teve que ficar em Salvador por causa do trabalho. "Ele não é tão fã quanto a gente, mas vira e mexe está cantarolando no chuveiro, de tanto que a gente escuta em casa."
Para a mãe, o BTS é um bom exemplo para as filhas. "Eles não fazem apologia às drogas, não tem violência. Nos dias de hoje já é muita coisa", diz Lidi, que também se apaixonou pelos sul-coreanos.
"Quando escutei a música não entendia nada. Mas com a tradução vi que eles passam mensagens de amor próprio e coisas que deixam você pra cima. Então comecei a apoiar, pois tem muitos grupos de fora que você pega uma letra e não faz sentido. Mas as dos meninos são maravilhosas. Eles ensinam a se amar, a cultivar coisas boas, a ficar juntos. A união faz a força e foi isso que fez eu vir pra cá."