Brasileiro Julio Bressane será homenageado pelo Festival de Biarritz, na França
Conhecido como um dos fundadores do "cinema marginal" brasileiro, Julio Bressane é um dos homenageados do Festival de Biarritz, que ocorre nesta semana, no sudoeste da França. Cinco filmes brasileiros concorrem aos prêmios dessa 28ª edição do festival, que também dedica uma programação especial à Patagônia.
Como todos os anos, o luxuoso balneário do País Basco francês consagra uma semana do início do outono europeu à cinematografia da América Latina. Projeções, debates e shows de música animam a cidade que já tem um público fiel ao evento, que acontece desde 1991, e se tornou uma referência de intercâmbio cultural entre Europa e a América Latina. Cerca de 28 mil espectadores são esperados este ano.
Trinta filmes disputam 9 categorias de prêmios no Festival e o cinema brasileiro está novamente em destaque. A Vida Invisível, de Karim Ainouz - escolhido para representar o Brasil no Oscar 2020 - e A Febre, primeiro longa de Maya Da-Rin, filmado na Amazônia, estão na competição do melhor longa de ficção,
Dois curtas-metragens brasileiros, O Mistério da Carne, de Rafaela Cameloj, e Planeta Fábrica, de Julio Zakia, disputam o prêmio da categoria. Entre os 10 documentários, outra obra brasileira em competição: O Mirante, de Rodrigo John, que relata, de um ponto de vista pessoal e a partir de uma janela de um arranha-céu de Porto Alegre, o processo que levou à destituição da ex-presidente Dilma Rousseff.
O cinema intrigante de Julio Bressane
Diretor de pelo menos 37 filmes, o cineasta carioca Julio Bressane - que participou do cinema novo com películas inventivas e continua surpreendendo o cenário da cinematografia brasileira com obras experimentais - ganha uma bela homenagem nesta edição do Festival de Biarritz.
Três de seus últimos filmes serão exibidos em sessões especiais, que contarão com a presença do diretor. Entre eles, Sedução da Carne (2018), que venceu o Grande Prêmio do Júri na 12ª edição do Festival de Cinema de Lisboa e Sintra no ano passado. Repleto de referências à obra de Nietzsche, o longa acompanha as reflexões de uma escritora (Mariana Lima) que conversa com um papagaio.
O público de Biarritz poderá descobrir a audácia do cineasta de 73 anos em dois outros filmes, que serão exibidos pela primeira vez na França: Educação Sentimental (2013), que relata a relação peculiar entre uma professora solitária e um jovem, e Beduíno (2016), sobre um estranho casal que coloca em cena e teatraliza a sua própria existência.
Patagônia
Um dos principais focos do evento este ano é a região da Patagônia, que ilustra inclusive o cartaz do Festival. Uma mostra de 10 filmes rodados na região será exibida em Biarritz. Em sua maioria, são obras de cineastas chilenos e argentinos, como Patricio Guzmán e Carlos Echeverria, que se consagraram pelas misteriosas intrigas que têm como pano de fundo as paisagens desertas e lunares do extremo sul do continente americano.
Uma homenagem ao escritor chileno Francisco Coloane, nascido na ilha de Chiloé, na Antártica, está prevista durante o Festival, com debates literários sobre sua obra. Romances do autor, como Cabo de Hornos e Terra do Fogo, inspiraram toda uma geração de artistas sul-americanos.
O Festival Biarritz América Latina acontece até domingo, 6 de outubro.
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