Spike Lee diz que "árbitro tomou decisão errada" após vitória de "Green Book"
O diretor Spike Lee, cujo "Infiltrado na Klan" foi indicado ao Oscar de melhor filme, disse que "o juiz apitou errado" quando o adversário de temática racial "Green Book: O Guia" ficou com a principal estatueta da premiação na noite de ontem.
Lee tentou sair do Dolby Theatre pouco depois de "Green Book" ser anunciado como vencedor no final da cerimônia, segundo várias reportagens, depois voltou para sua cadeira e se virou de costas para o palco durante os discursos de agradecimento dos vencedores.
"Green Book", baseado na história real sobre uma amizade improvável entre um pianista negro e seu motorista branco durante uma turnê pelo sul segregado dos Estados Unidos nos anos 1960, ainda rendeu os prêmios de roteiro original e ator coadjuvante para Mahershala Ali.
Na sala de imprensa, Lee lembrou que outro drama de temática racial seu, "Faça a Coisa Certa", não foi indicado a melhor filme no Oscar de 1989, ano em que "Conduzindo Miss Daisy" --que trata de um chofer negro de uma branca idosa do sul dos EUA-- levou o prêmio.
"Estou mordido. Toda vez que alguém está conduzindo alguém eu perco", disse Lee aos repórteres em resposta a uma pergunta sobre sua reação à vitória de "Green Book".
O diretor, grande fã do time de basquete New York Knicks, lembrou de quando ouviu "Green Book" ser anunciado como melhor filme deste ano: "Pensei que estava na lateral do campo no (Madison Square) Garden e que o juiz apitou errado."
Lee recebeu um Oscar de melhor roteiro adaptado por coescrever "Infiltrado na Klan". Outros roteiristas do filme não quiseram falar da reação do cineasta ao resultado da disputa de melhor filme.
"Estamos felizes por estar aqui, felizes por termos vencido", disse o corroteirista Kevin Willmott. "É um verdadeiro avanço qualquer filme sobre raça vencer."
Alguns críticos reprovaram "Green Book" por retratar um personagem branco, interpretado por Viggo Mortensen, como o protagonista de um filme sobre a discriminação contra negros.
O título também provocou polêmica meses atrás quando familiares do pianista no centro da história, Don Shirley, se queixaram de que seu retrato contém imprecisões. Ali, que o interpretou, disse que respeita os parentes e que conversou com eles.
Além disso, acusações de má conduta sexual do diretor Peter Farrelly nos anos 1990 vieram à tona depois do lançamento do filme. Ele pediu desculpas por seu comportamento.
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