Mario Frias é nomeado para cargo na Cultura no lugar de Regina Duarte
O ator Mario Frias foi nomeado para comandar a Secretaria Especial da Cultura — ele será o quinto a ocupar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). A nomeação foi publicada na noite de hoje no Diário Oficial da União (DOU).
Em meio à crise envolvendo a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o presidente da República definiu ontem a nomeação de Mario Frias para a secretaria de Cultura, no lugar de Regina Duarte, conforme antecipou a colunista do UOL Carla Araújo.
Nas redes sociais, Frias comemorou a nomeação postando trecho do Hino Nacional brasileiro.
Conhecido por papéis em "Malhação" e em outras novelas de Globo e Record, Mario Frias, 48 anos, aceitou o convite do presidente para atuar como secretário especial da pasta, em Brasília.
Apoiador ferrenho do presidente nas redes sociais, Frias já demonstrava interesse em assumir o cargo, como disse em entrevista à CNN Brasil.
"O que o Jair precisar, estou aqui. Pelo Brasil, faço o que for preciso. Respeito o Jair demais. Vejo o Brasil com chance de ser um país digno, respeitado, honesto, com uma democracia forte e consolidada", declarou o ator, na ocasião.
Carreira na televisão
O primeiro papel de Frias na televisão foi em 1996, ao lado de Angélica, no seriado "Caça Talentos", atualmente sendo reexibido no canal Viva. Em 1998, ele estreou em "Malhação" na quarta temporada da novelinha, interpretando Escova, personagem que o catapultou nos anos seguintes.
Ao todo, Frias participou de outras três temporadas de "Malhação", entre 1999 e 2001, e novamente em 2014. Nas novelas, ele esteve em "As Filhas da Mãe", "O Beijo do Vampiro" e em "Senhora do Destino", em um de seus papéis de maior destaque, o deputado corrupto Thomas Jefferson.
Fora da Globo, o ator estrelou produções da Band, como "Floribella", e da Record, como "Os Mutantes", "Bela, a Feia" e "A Terra Prometida". Sua última passagem pela Globo foi uma pequena participação em "Verão 90", exibida no ano passado.
A breve passagem da antecessora
Regina Duarte exerceu a função de secretária especial de Cultura por pouco mais de dois meses. Durante esse período, ela foi criticada por não dar expediente em Brasília —a atriz optou por trabalhar em São Paulo, perto da família— e por não agir com pulso firme em relação a temas importantes pelos bolsonaristas do núcleo ideológico do governo que se autodenominam "olavistas" (fãs do ideólogo Olavo de Carvalho).
Um dos fatos que ajudaram a esquentar o óleo da fritura foi uma suposta inércia da atriz no combate ao "esquerdismo". Ela foi acusada por mais de uma vez de ser conivente com a presença de assessores e funcionários dentro da pasta da Cultura que, em tese, seriam alinhados ideologicamente a partidos e teorias opostas às que Bolsonaro defende.
O próprio presidente chegou a externar sua preocupação com a ocorrência de conflitos ideológicos dentro da secretaria. "Tem muita gente de esquerda [na secretaria de Cultura] pregando ideologia de gênero, essas coisas todas que a sociedade, a massa da população não admite. E ela tem dificuldade nesse sentido", disse ele, em 28 de abril.
Por outro lado, Regina também se mostrou insatisfeita com o fato de ter sido criticada publicamente pelo chefe. Com saudade da família e insegura quanto à postura do presidente, a própria artista começou a cogitar um pedido de demissão. Em maio, ambos buscaram uma espécie de saída honrosa para minimizar os danos de imagem. A ex-atriz da TV Globo foi então designada para comandar a Cinemateca, com sede em São Paulo.
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