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Duffy revela que se mudou 5 vezes para fugir de abusador após cativeiro

Getty Images
Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

06/04/2020 09h03

A cantora Duffy fez mais um desabafo sobre um caso que recentemente abriu a público, que motivou seu sumiço do mundo do entretenimento. Ela contou em seu site que precisou se mudar cinco vezes de casa para fugir da pessoa de quem sofreu abuso e a manteve em cativeiro. Agora, ela diz que se sente segura.

"Demorou tanto tempo pra eu falar, porque depois que fui estuprada e mantida em cativeiro, eu fugi. Eu me mudei cinco vezes nos três anos seguintes, nunca me sentindo a salvo do estuprador. Eu fiquei fugindo por muito tempo. Encontrei um lugar para morar, a quinta casa, não era tão sufocante quanto as outras casas, onde sofri silenciosamente, em pequenas casas ou apartamentos. Neste lugar em que eu ficaria solitária nos anos seguintes, achei minha estabilidade para me recuperar, parei de fugir e me realoquei. Eu senti que ele não poderia me achar na quinta casa, eu me senti segura. Me sinto segura agora", relatou ela.

No texto, Duffy diz que pretende trazer distração ou algum conforto a quem, como ela, precisou sair de um período de escuridão.

"Estamos num momento de preocupação, não vimos nada assim desde a Segunda Guerra Mundial. Temos de pensar no impacto que temos uns nos outros", defendeu ela. Duffy apoia o isolamento para evitar que o coronavírus se espalhe mais, conforme recomendação da OMS.

Ainda sobre o abuso, Duffy diz que se esconder fazia do abusador um "companheiro", vivendo consigo. Assim, as mudanças aconteceram até que ela se sentisse livre. A cantora pensou em mudar de nome e país. "Eu sonhava em ter um corte de cabelo diferente, um novo nome, um namorado e ser completamente esquecida". Mas desaparecer significava admitir derrota e a machucava mais. Voltar à vida no show business com alguma mentira também foi descartado.

"O estupro me tirou meus direitos humanos, de viver uma vida com autonomia. Ele roubou um terço da minha vida. (...) O catalisador final disso foi pensar: 'Eu não posso mais suportar ese peso'. Tão simples, e tão profundo, me fazendo sair da prisão dentro de mim", contou.

O estupro

Duffy fez um relato detalhado do que lhe ocorreu. "Era meu aniversário. Eu fui drogada em um restaurante. Fui drogada por quatro semanas e me levaram para um país estranho. Não me lembro de entrar no avião. Fui colocada em um quarto de hotel e o abusador voltava e me estuprava. Me lembro da dor e de tentar me manter consciente no quarto, quando acontecia", disse ela.

"Pensei em correr para a cidade vizinha, mas não tinha dinheiro e estava com medo que ele chamasse a polícia e me procurassem como uma pessoa desaparecida. Não sei como tive forças para aguentar esses dias, mas senti a presença de algo que me deu forças para me manter viva. Mantive a calma, voei de volta com ele e, quando cheguei, sentei como um zumbi, Sabia que minha vida estava em risco, ele fez confissões veladas de que queria me matar. Com a pouca força que tinha, meu instinto era correr", relatou.

Duffy diz que não se sentiu segura em procurar a polícia. Se desse errado, pensou ela, poderia ser morta pelo abusador. Ela só foi se abrir, de fato, para uma psicóloga. "Eu estava com grandes chances de me suicidar depois do que aconteceu. Ela foi muito gentil comigo".

A cantora ainda contou que teve algumas experiências amorosas depois do ocorrido, mas que estas pessoas queriam a Duffy famosa, não a real, machucada.

Hoje, Duffy se sente melhor. "Quando canto me sinto como um passarinho. Faço isso para me libertar. O que vem a seguir, nos resta esperar para ver. (...) Agora posso por essa década para trás. Onde o passado pertence. Espero que não haja mais perguntas: 'O que houve com a Duffy?. E estou livre."