Com novo hit, Lady Gaga dá a volta por cima e tem retorno triunfal ao pop
Lady Gaga é um dos nomes mais marcantes da música na última década, mas vinha deixando seus fãs preocupados com algumas de suas decisões nos últimos anos. Apesar de ter conseguido nada menos do que um Oscar, dois Globos de Ouro, diversos prêmios Grammy e até mesmo um hit incontestável como "Shallow", tema de "Nasce uma Estrela", os little monsters estavam sedentos por seu verdadeiro retorno ao panteão do pop.
Respiraram aliviados, então, na última semana, com o lançamento de Stupid Love, primeiro single de seu novo álbum, "Chromatica". A música trouxe de volta tudo que Gaga fazia de melhor: looks extravagantes, coreografias elaboradas, batidas dançantes e um clipe cheio de referências. Para coroar sua volta triunfal, a música debutou na 5ª posição da parada de singles da Billboard, a melhor estreia da cantora desde 2011. Nada mal, hein?
Depois de alguns altos e baixos, será que 2020 marcará o renascimento de Gaga como o ícone pop que sempre admiramos?
A queda da diva
O que tornou Gaga famosa foi o mesmo que a fez decair. Quando se lançou no mundo da música, lá em 2008, a cantora virou sensação por seu visual excêntrico e seus hits prontos para as pistas de dança. Foi essa Gaga que fez o mundo vibrar com "Just Dance", "Poker Face" e "Born This Way" —todas atingindo o primeiro lugar das paradas.
Mas, em 2013, essa mesma bizarrice que a tornou conhecida acabou sendo responsável por seu maior fracasso. O lançamento do álbum "Artpop" foi marcado por críticas divididas, músicas com performance insatisfatória nos charts e uma Gaga que parecia ter perdido seu toque de Midas do passado.
Para piorar, a cantora demonstrava estar afetada pelo desempenho ruim de seu trabalho. Nas redes sociais, Gaga soava desesperada ao justificar seu flop. "'Applause' não estreou em primeiro lugar. Katy é melhor do que ela! Vocês não usarão minha mente! Eu componho para a música, não para os charts", disparou ela, no Twitter, na época.
Ainda no mesmo ano, Gaga gerou controvérsia ao lançar "Do What You Want", parceria com R. Kelly, cantor acusado de estupro e pedofilia. O clipe da música mostraria Gaga desacordada, deixando Kelly "fazer tudo que quisesse" com seu corpo. Mesmo sendo, felizmente, cancelado antes do lançamento, foi o suficiente para atrair mídia negativa para a cantora, criticada na imprensa e nas redes sociais.
Em uma entrevista à Harper's Bazaar em 2014, Gaga ainda revelou que enfrentou uma severa depressão durante os meses de promoção do Artpop, o que a fez repensar sua trajetória dali para frente: "Eu realmente pensei que estava morrendo - minha luz estava completamente apagada. Mas eu disse a mim mesma: 'O que quer que tenha restado, nem que seja uma molécula de luz, você vai encontrar e multiplicar. Você deve fazer isso por você, por sua música, por seus fãs e sua família'".
Limpeza de imagem
Depois do fiasco do "Artpop", Gaga precisou se ressignificar como artista. O início dessa mudança drástica de imagem veio em setembro de 2014, com o lançamento do álbum de jazz "Cheek to Cheek", ao lado do veterano Tony Bennett. Nova sonoridade e uma ode à música tradicional.
Na sequência, veio sua apresentação no Oscar em 2015, em um tributo ao clássico "A Noviça Rebelde". A Gaga no palco, com um longo vestido branco e cabelos impecavelmente platinados, nada se parecia com aquela que um dia já se vestiu de carne.
Gaga tinha deixado sua ousadia de outrora para jogar de maneira segura, apelando para um estilo mais digerível para todos os públicos. No seu disco de 2016, "Joanne", a cantora apostou no country e baladas românticas para conquistar novos fãs. E tanto esforço foi coroado com o lançamento do filme "Nasce uma Estrela", de 2018.
Quase como uma alegoria de si própria, o longa acompanha Ally, uma cantora e compositora que, para conseguir o tão almejado sucesso, acaba traindo sua essência para se encaixar nos moldes esperados de uma estrela pop. Soa familiar?
Apesar do estrondoso sucesso do filme e da trilha-sonora, focada em canções de rock e blues, aquela não era a Gaga por quem os fãs ficaram fascinados anos antes. A roupagem era inofensiva demais para quem se lançou como a vanguarda da música pop. Gaga vivia um novo auge, mas precisava voltar a entregar o que seu público mais queria.
Renascimento no pop
Chegamos, então, a 2019. Gaga inaugura sua residência de shows em Las Vegas, a "Enigma", trazendo o melhor do seu repertório pop e as coreografias e figurinos coloridos que ditaram seu passado.
Anfitriã do Met Gala em maio, meses após ganhar o Oscar, ela chamou atenção mais uma vez por sua extravagância. Além de quatro looks diferentes para cruzar o tapete vermelho, a presença da cantora no local se tornou uma atração à parte, produzindo uma verdadeira performance para os flashes dos fotógrafos.
Aquela era a Gaga que os fãs estavam com saudade de ver. A mesma Gaga que agora canta em outro planeta sobre um estúpido amor que tanto anseia.
Ainda não sabemos como será o desempenho de seu novo álbum ou mesmo de sua nova turnê, com datas já marcadas em estádios da Europa e dos Estados Unidos. Mas o pontapé inicial já foi dado e parece ter acertado o gol em cheio.
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