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Oscar: "O Irlandês", de Scorsese, entra em lista dos filmes mais esnobados

Niko Tavernise/Netflix
Imagem: Niko Tavernise/Netflix

Osmar Portilho

Do UOL, em São Paulo

10/02/2020 12h53

Uma façanha nada invejável para "O Irlandês", filme de Martin Scorsese. O longa chegou ontem ao Oscar indicado em dez prêmios, mas saiu de mãos abanando. Além da categoria principal de melhor filme, "O Irlandês" ainda disputava em melhor diretor, melhor ator coadjuvante (Al Pacino, Joe Pesci), fotografia, roteiro adaptado, entre outros.

O feito do longa agora integra uma lista de outros cinco filmes que conseguiram 10 ou mais indicações no Oscar e saíram sem nada: "A Cor Púrpura" (1985), de Steven Spielberg, e "Momento de Decisão" (1977), de Herbert Ross, ambos com 11 indicações. "Gangues de Nova York" (2002), do próprio Scorsese, "Bravura Indômita" (2010), dos Irmãos Coen, e "Trapaça" (2013), de David O. Russell, também tiveram dez indicações e nenhum prêmio.

"O Irlandês" criou grande expectativa após seu lançamento com o elenco estrelado, muita tecnologia de efeitos especiais para rejuvenescer os atores e claro, ter Martin Scorsese como comandante.

Essa confiança, porém, começou a perder força assim que a temporada de premiações avançou. SAG, Globo de Ouro, DGA e PGA foram deixando "O Irlandês" de lado até ele chegar enfraquecido no Oscar.

Netflix tímida no Oscar

"Existe algum tipo de ressentimento com a Netflix? Ano passado 'Green Book' venceu 'Roma', o que para muitos significou uma manifestação de desconforto da Academia em dar o maior prêmio da noite para um serviço de streaming", pondera um artigo da Variety publicado hoje. O texto de Dave McNary ainda lembra que "O Irlandês", assim como "Roma", usou a mesma tática de ser lançado brevemente nos cinemas para poder participar da competição.

Além de "O Irlandês", a plataforma de streaming tinha outro nome forte na disputa: "História de um Casamento". O longa com Scarlett Johansson e Adam Driver, no entanto, chegou com seis categorias e acabou só com o prêmio de melhor atriz coadjuvante, que foi para Laura Dern. A Netflix ainda se contentou com o Oscar de melhor documentário com "American Factory".