Meirelles sobre Dois Papas fora dos cinemas: "Estaria perto de US$ 280 mi"
Diretor do longa "Dois Papas", Fernando Meirelles comemorou o sucesso do filme, lançado primeiro nos Estados Unidos, em agosto do ano passado, e depois na plataforma de streaming Netflix.
"Tive uma reunião ontem com [executivos da] Netflix, por telefone, e eles disseram que está indo muito bem de acesso. Falaram que se fosse bilheteria já estaria perto de US$ 280 milhões, por quantidade de pessoas que estão assistindo", disse ele, com sorriso no rosto, durante entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura, hoje à noite.
"Dois Papas" conta a história do alemão Joseph Ratzinger, o Papa Bento 16, e o argentino Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco. A origem da amizade entre os dois é retratada no longa, bem como os conflitos entre eles. O filme está indicado a três Oscars: roteiro adaptado, melhor ator (para Jonathan Pryce, o Papa Francisco) e melhor ator coadjuvante (Anthony Hopkins, que interpreta Bento 16). (Assista ao trailer abaixo)
Segundo relatou o cineasta, "Dois Papas" foi rejeitado por grandes redes de cinema no Brasil.
"A Netflix queria entrar em mais salas de cinemas, mas as redes não exibem filmes da Netflix. A gente tentou muito, mesmo rede independente de cinema, e os caras falaram não. Só entramos em salas alternativas", afirmou. "Se a plataforma der três, quatro semanas para o cinema, qual filme fica isso hoje em dia? Fatura esse dinheiro e pronto. Bobagem, gente. A Netflix quer colocar no cinema? Coloca. Eu preferia que vissem meu filme no cinema, inclusive."'
"Ideia era humanizar personagens"
Durante a entrevista, Meirelles contou que a ideia era criar um filme surpreendentemente leve e humanizar os dois personagens.
"Quando você monta um filme, tem que ter um equilíbrio, nunca vai atender todo mundo. Enfim, tinha uma hora e meia e era essa história que queria contar. Queria um filme surpreendentemente leve e humano", afirmou. "A minha ideia era humanizar esses personagens", completou.
A carreira de Meirelles é marcada por sucessos como "Cidade de Deus", lançado em 2002, filme que propõe uma reflexão sobre o cotidiano nas favelas do Rio de Janeiro. Em 2005, foi a vez de O "Jardineiro Fiel", estrelado por Ralph Fiennes e Rachel Weisz, que deu a ela o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
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