Jey fala de desafios como cantora e do apoio do marido Oswaldo de Oliveira
Resumo da notícia
- Depois de fazer novelas na Globo e na Record, Jeniffer Setti se reinventa como cantora
- Rebatizada como Jey, a cantora lançará o seu segundo clipe, de funk, no Carnaval
- Ela se define como feminista e afirma que as suas músicas são um desabafo na luta pela igualdade de gêneros
- Jeniffer tem uma relação de 20 anos com o técnico Oswaldo de Oliveira e ressalta que nunca teve "padrinho" para conquistar o seu espaço
Conhecida por participações em novelas da Record como Dona Xepa e Os Dez Mandamentos, e atual nome da Globo, Jeniffer Setti acaba de se lançar como cantora pelo canal de Kondzilla, empresário responsável pelos maiores sucessos recentes do funk, como MC Jottapê, Lexa, Kevinho, MC Kekel, entre outros. Sob o nome artístico Jey, ela diz, em entrevista ao UOL, ter se reinventado por encontrar na música uma nova forma de gritar pelos seus direitos e os das mulheres em geral.
Seu último trabalho na televisão foi uma participação nos últimos capítulos de A Dona do Pedaço. Ela ressaltou que, sem ter um "padrinho" para promovê-la, precisou lutar para conquistar o seu espaço.
"Sempre tentei ser independente, desde os meus 14 anos. Na minha adolescência e no início da minha carreira artística, eu sofria assédio. Cheguei a desistir e decidi tentar outros ramos de trabalho. Mas eu sentia todos os ambientes muito hostis por ser mulher. E quando tem uma mulher bonita é pior ainda. Eu me sentia hostilizada no meio de muitos homens. Então, desde adolescente, eu levanto essa bandeira. Na verdade, as minhas músicas são, também, um desabafo", afirmou.
Aos 34 anos, casada há 20 com Oswaldo de Oliveira, de 69, ela diz nunca ter sentido preconceito pela união com o ex-técnico do Fluminense e tampouco desvalorizada por isso. Para ela, entretanto, os obstáculos maiores foram impostos por sua aparência —algo que, ela garante, trouxe mais desafios do que facilidades.
"Se você é bonita, acham que você tem facilidades. E de jeito nenhum. Pelo contrário. É preciso trabalhar muito para mostrar quem você é. Você precisa mostrar que é capaz o tempo inteiro. Agora é que estou conseguindo trabalhar com mais visibilidade. A música está me trazendo essa liberdade. A estética não me abriu portas. O nosso meio artístico, a televisão, é muito fechado. Isso quando você não tem alguém que te impulsiona. Como sempre trabalhei sozinha para conseguir as minhas coisas, foi sempre difícil para mim", explica.
Apesar das dificuldades, a cantora conta que sempre teve o apoio do marido em seus projetos profissionais.
Ele me apoia em tudo, inclusive na música. Ele me conheceu atriz e vamos fazer 20 anos juntos. Seria muito mais fácil se eu ficasse à toa. Eu tenho essa vontade de mostrar que a mulher é capaz e independente do homem
Jey já lançou um clipe, A Máscara Caiu, e adianta que o próximo, previsto para o Carnaval, será da música Suma, já disponível no Spotify. Com inspiração em divas do pop como Beyoncé, Taylor Swift e Jenifer Lopez, ela afirma que gostou da experiência de cantar funk.
"O meu gênero musical mesmo é o pop. Minha próxima música vai ser bem pesada, uma resposta das mulheres para os homens que cantam funk", promete. "Como vivemos uma época de oportunidades de falarmos o que sentimos, eu me encorajei para me lançar como cantora porque já fazia esse trabalho no YouTube. Eu faço uma personagem que é uma drag queen. A música veio para lapidar esse meu sonho de dar voz à mulher", explica.
"Não tive padrinho"
Em sua trajetória profissional, Jey concluiu a faculdade de Direito antes de conquistar o primeiro papel como atriz na televisão. Mas ela afirma que esse era o plano B, já que o sonho de trabalhar com a arte sempre falou mais alto.
"Graças a Deus não precisei usar o plano B, que é útil no dia a dia, na hora de ler e fazer os meus contratos. Consigo entender, por exemplo, de direito autoral nas minhas músicas. Eu não trabalhei como advogada para defender alguém, mas para me defender", afirma, sem arrependimentos por ter cursado Direito.
As portas das novelas se abriram para Jeniffer na Record TV, onde ela fez novelas como Os Dez Mandamentos e Dona Xepa. Para a atriz, a única diferença entre fazer novela na Record e na Globo está na visibilidade.
"Com um papel na Globo, por menor que seja, você tem destaque. Nunca tive um padrinho na televisão, então é mais difícil. A Record me abraçou depois que fiz os testes. Por mais que eu seja atriz há muitos anos, para a maioria do público se você não faz novela da 21h na Globo você não é reconhecida. A Record me deu essa oportunidade para as pessoas reconhecerem o meu trabalho", diz ela, que pretende conciliar as duas carreiras, de atriz e cantora, e que já tem um convite para uma novela na Globo neste ano.
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