KondZilla Festival estreia com imprevisto e clima de Lollapalooza do funk
O KondZilla Festival, do produtor, empresário, palestrante e Midas do funk Kondzilla, que aconteceu entre a noite de ontem e a manhã de hoje, entrou para a história como o primeiro evento de grande porte dedicado ao gênero, que nasceu nos morros cariocas e hoje é um dos mais populares e rentáveis do país.
Cerca de 20 mil pessoas lotaram o Pavilhão de Exposições do Anhembi, na zona norte de São Paulo, para assistir a 12 atrações se revezando durante dez horas seguidas de música, transmitidas ao vivo pelo canal Multishow. Resumindo: a maior festa funk já realizada no Brasil. E esse foi apenas o primeiro passo.
"Meu trabalho sempre foi de promoção desses artistas que estão aqui, para eles se apresentarem em outros festivais. Senti que chegou a hora de fazermos nosso próprio festival", disse Konrad Dantas, o KondZilla, que confirmou ao UOL a realização da edição 2020 e que planeja levar o festival a outras capitais e interior.
"Não digo que estamos hoje num patamar acima de outros festivais de funk que existem, mas que estamos fazendo uma coisa nova, expandindo nossa experiência do digital, do nosso canal, das nossas músicas, da nossa série na Netflix. E esse processo continuará sendo levado nos próximos anos em várias frentes diferente."
Mudança de local
O Kondzilla Festival começou com um imprevisto. Anunciado no Sambódromo do Anhembi, o evento foi transferido de última hora para o pavilhão localizado no mesmo complexo, o que pegou muita gente de surpresa na entrada.
De acordo com Kondzilla a mudança ocorreu devido à previsão de chuva na região, que não aconteceu. Segundo apurou o UOL, no entanto, o festival precisou ser redimensionado por coincidir com outros eventos populares acontecendo na cidade, como a gravação do novo DVD da dupla Henrique & Juliano.
A estrutura
Grandioso, com estrutura semelhante à dos palcos paralelos do Lollapalooza, o palco do Kondzilla Festival contou com canhões de papel picado, fumaça e laser, usados no show do DJ Alok, além de dois telões laterais, que exibiam imagens dos artistas um tanto fora de proporção.
No chão, um grande camarote frontal com open bar e pistas normal e VIP. A dinâmica do baile funk: enquanto as praças de alimentação permaneciam quase o tempo todo vazias, os bares lotaram. Em espaço fechado e música ininterrupta, o clima era de uma grande balada "top".
Shows expressos e no horário
Diferentemente de outros eventos do gênero, os shows, que variaram entre 20 minutos a cerca de uma hora de duração, foram pontualíssimos, com som claro, em alto volume e sem problemas técnicos aparentes.
Nada de manifestações políticas. O público, em geral na casa dos 20 e poucos anos, preferiu apenas curtir Naldo, Dani Russo, Lexa, Kevinho, Kevin O Chris, Alok, Léo Santana, Kekel, Jottapê, DJ Pernambuco, Matheuzinho e Fioti, artistas com contrato com a produtora de KondZilla ou que fizeram parceria com ele.
O astro da noite
Entre todas as atrações, Kevinho, que se apresentou pouco antes da meia-noite, foi a que mais brilhou no festival. Fez o show mais animado e ruidoso da noite, além de arrastar uma multidão por onde passava nos bastidores. O funkeiro de 21 anos está no auge.
"Estou muito feliz por hoje, por ser querido por todo mundo. Tento passar uma coisa boa, de ser uma pessoa do bem", disse Kevinho ao UOL. "Acho que o funk tem muito potencial. Esse é o maior festival já feito, e se continuar com esse crescimento, logo vamos estar do tamanho de um Lollapalooza."
Funk, mas nem sempre
Exceção feita a Léo Santana e Alok, não funkeiros, o festival também teve o sertanejo como protagonista. No intervalo entre os shows, o DJ emendou vários hits que dominam as rádios e o streaming, de Henrique & Juliano a Marília Mendonça e Felipe Araújo.
Sertanejo é o pop: o público cantava junto e em peso, tão alto quanto nas apresentações. Esperto, Kevinho não abriu mão do sucesso Amor Falso, que gravou ao lado de Aldair Playboy e Wesley Safadão, mesmo estando em um ambiente de funk. Funcionou.
Pontos altos e baixos
Apesar da mudança de local, o público ouvido pelo UOL elogiou a estrutura e a organização do festival, mas ainda há o que se melhorar. "O som estava baixo nos primeiros shows, e só depois melhorou. Também acho que faltam telões na parte trás da pista, sem visão para o palco", apontou a analista financeiro Ana Beatriz Reinno, 24 anos.
"As atrações são ótimas, a decoração de neon é legal, os banheiros são bons. Mas acho que o espaço deveria se melhor distribuído. É difícil circular com tanta área VIP, camarote e algumas mesas no meio. O ingresso poderia ser mais barato também. Muita gente que curte funk não tem condição de pagar mais de R$ 70", concluiu a estudante Stephanny Silva, 21.
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